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A Ascensão de Rita Lee: De “Ovelha Negra” a Estrela do Rock Brasileiro

 

Em outubro de 1972, Rita Lee tomou uma decisão que mudaria para sempre a trajetória da música brasileira. Após uma visita ao sítio na Cantareira, onde os Mutantes costumavam se reunir, ela anunciou que estava deixando a banda

As tensões entre ela e Arnaldo Baptista, seu ex-companheiro, tornaram a convivência insustentável. Além disso, Rita sentia-se deslocada em relação aos novos rumos musicais que o grupo estava tomando. 

Apesar das tentativas de Sérgio Dias, Liminha e Dinho para que ela considerasse, a decisão estava tomada. Em uma conversa com amigas, Rita declarou: “Vou provar para o Arnaldo e para todo mundo que eu posso ser a maior estrela de rock do Brasil.”

O Início de Uma Nova Jornada

A partida de Rita dos Mutantes marcou o início de uma nova jornada em sua carreira. Ela voltou para a casa dos pais, onde considerou até mesmo abandonar a música. 

No entanto, seu retorno à cena musical se deu no Festival Forno 73, promovido pela gravadora Phonogram. Ali, Rita formou um duo com a guitarrista Lúcia Turnbull, chamado As Cilibrinas do Éden, que fez uma apresentação despretensiosa mas impactante.

Formação da Tutti Frutti e Ascensão Solo

Após o festival, Lúcia sugeriu a formação de uma banda de apoio, e assim nasceu a Tutti Frutti, inicialmente chamada de Lisérgicos e posteriormente renomeada pelo escritor Antonio Bivar. 

Rita e Lúcia uniram forças com a banda do bairro da Pompéia, um dos berços do rock paulistano, e começaram a buscar um contrato. 

O produtor André Midani, que tinha uma grande simpatia por Rita, ofereceu-lhes um contrato com a gravadora Polydor. O primeiro álbum, “Atrás do Porto Tem uma Cidade”, lançado em junho de 1974, já trazia uma forte influência do hard rock.

“Fruto Proibido” e o Sucesso de “Ovelha Negra”

Após alguns desentendimentos internos, Lúcia deixou a banda, e Rita assinou com a Som Livre, onde teve liberdade criativa total para gravar “Fruto Proibido”. 

Este álbum, lançado em 1975, tornou-se um clássico do rock brasileiro. A faixa “Ovelha Negra” foi a última do disco e destacou-se como um hino pessoal e um recado para seus ex-colegas de banda.

A Influência de Andy Mills

Uma figura crucial nesse período foi Andy Mills, um técnico de som que veio ao Brasil com a equipe de Alice Cooper e acabou se apaixonando por Rita. 

Ele se tornou o produtor do disco e ajudou a moldar o som distintivo da Tutti Frutti. A banda se isolou em um sítio em Ibiúna para a gravação, vivendo em um ambiente quase idílico, o que contribuiu para a criatividade e a atmosfera do álbum.

O Significado de “Ovelha Negra”

“Ovelha Negra” é uma música carregada de significado pessoal para Rita. Embora ela não gostasse de detalhar as inspirações de suas músicas, é amplamente aceito que a letra reflete tanto sua saída dos Mutantes quanto seu sentimento de não se encaixar em sua própria família. 

Criada por pais rigorosos, Rita sempre foi a filha mais questionadora e atrevida. Apesar de seus pais não a terem expulsado de casa, como alguns rumores sugerem, havia uma expectativa para que ela seguisse uma carreira mais tradicional.

Conflitos e Resoluções

A saída de Rita dos Mutantes foi marcada por uma combinação de fatores, incluindo diferenças musicais e pessoais. 

Enquanto a banda se inclinava para o rock progressivo, Rita mantinha uma abordagem mais intuitiva e menos técnica. Esse descompasso, aliado aos problemas de convivência com Arnaldo, culminou em sua decisão de partir. 

No entanto, ela transformou esse momento de ruptura em uma oportunidade de se reinventar e provar seu valor como artista solo.

A Gravação de “Ovelha Negra”

A gravação de “Ovelha Negra” tem uma história interessante. O solo de guitarra icônico que fecha a canção surgiu de um sonho de Carlinhos, o guitarrista da Tutti Frutti. Inicialmente, a música terminava sem o solo, mas Carlinhos insistiu e acabou gravando o solo que ouvimos hoje. Essa inclusão de última hora deu à música um toque especial, consolidando-a como um dos maiores sucessos de Rita.

O Impacto Duradouro

“Ovelha Negra” não é apenas uma música; é um manifesto de independência e autoconfiança. Rita Lee provou que podia ser uma força dominante no cenário musical brasileiro, transformando suas experiências pessoais em arte que ressoou com muitos fãs. Seu legado continua a inspirar novos artistas, e sua história é um testemunho do poder da resiliência e da autenticidade na música.

Com essas adições e melhorias, o texto se torna mais fluido e envolvente, mantendo a riqueza de detalhes e a contextualização histórica.

 

 

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