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A Ascensão e o Impacto do Grunge na Cena Musical dos Anos 90

Algumas bandas renegam o título de “grunge” e alegam que o termo foi cunhado erroneamente pela mídia nos anos 90, em meio a uma confusão mental sobre o que realmente estava acontecendo. O termo acabou jogando diferentes bandas em um mesmo balaio, para o terror do glam, que foi devastado pela onda do grunge.

A chegada do grunge foi um divisor de águas na cena musical. Ao contrário do glam rock, o grunge trouxe letras mais profundas e existenciais, abordando temas sérios e pessoais. O visual despojado e sujo, marcado por camisas de flanela, também se tornou uma tendência. Contudo, tentar enquadrar todas as bandas sob o rótulo de grunge não fazia sentido, já que Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam, por exemplo, possuíam sonoridades distintas.

 

Em 1988, o Soundgarden lançou um álbum que contribuiu para a definição do grunge. Com vocais intensos e refrões climáticos, a banda liderada por Chris Cornell se destacou na cena. Cornell, nascido em Seattle nos anos 60, teve seu gosto pelo rock aflorado ao ouvir os Beatles. Ainda jovem, ele começou a estudar piano, destacando-se rapidamente, e na adolescência, se interessou por bateria, tocando em várias bandas locais.

O Soundgarden foi formado com Hiro Yamamoto e Kim Thayil, inicialmente com Cornell na bateria e vocais, até que Matt Cameron assumiu as baquetas. Antes disso, Cornell enfrentou uma crise de depressão, e o Soundgarden surgiu como uma terapia para ele. A banda lançou um EP, “Screaming Life”, pela gravadora Sub Pop, e se destacou no cenário musical com sucessos e premiações.

Chris Cornell era uma máquina de composições, com músicas como “Jesus Christ Pose” e “Black Hole Sun”, que se tornaram clássicos. No início dos anos 90, ele perdeu seu amigo Andrew Wood, do Mother Love Bone, para a heroína e o homenageou com as músicas “Say Hello to Heaven”. Junto com membros do Pearl Jam, Cornell formou o Temple of the Dog, que apesar de ter uma curta duração, deixou um impacto significativo.

Cornell também colaborou com outras bandas, como o Alice in Chains, e gravou tributos, como “Hey Baby” para Jimi Hendrix. Em 1999, ele lançou seu primeiro álbum solo, “Euphoria Morning”, que vendeu bem e foi indicado ao Grammy.

No início dos anos 2000, Cornell se juntou aos ex-integrantes do Rage Against the Machine, formando o Audioslave. A banda lançou músicas que se tornaram clássicos, como “Cochise” e “Like a Stone”. Em 2005, o Audioslave se tornou a primeira banda de rock a tocar em Cuba, e em 2006, lançaram o álbum “Revelations” antes de Cornell deixar a banda por divergências.

Cornell continuou sua carreira solo, lançando álbuns e recebendo indicações, como ao Globo de Ouro pela canção “The Keeper”. O Audioslave se reuniu brevemente para um show, mas não lançaram novos álbuns.

A amizade entre Cornell e Chester Bennington, do Linkin Park, era profunda, com ambos colaborando em apresentações. Infelizmente, a depressão nunca deixou a vida de Cornell, que faleceu em 18 de maio de 2017. Dois meses depois, Chester Bennington também se foi, em um evento que muitos acreditam ter sido desencadeado pela morte de Cornell.

O legado de Chris Cornell e a era do grunge continuam a impactar a música, com suas letras profundas e a autenticidade que trouxeram ao rock. A tragédia de suas mortes lembra a todos nós sobre a importância da saúde mental e do apoio entre amigos e colegas de banda.

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