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A-ha: A História da Banda que Definiu o Synthpop dos Anos 80

A década de 1980 foi um período de inovação e transformação na música pop, marcado pelo surgimento de novas sonoridades e a consolidação de estilos que ainda influenciam a indústria musical hoje. Entre as bandas que deixaram uma marca indelével nesse cenário, o a-ha, originário da Noruega, se destacou como um dos maiores nomes do synthpop. Mas como surgiu essa icônica banda, e qual foi o caminho que eles trilharam para se tornarem lendas do pop? Neste artigo, vamos explorar a trajetória do a-ha, desde suas origens humildes até sua ascensão ao estrelato global.

A Formação da Banda e os Primeiros Passos

A história do a-ha começou em Oslo, Noruega, em 1982, quando o vocalista Morten Harket, o guitarrista Paul Waaktaar-Savoy e o tecladista Magne Furuholmen se uniram para formar o trio. Eles se conheceram ainda na adolescência, e a combinação de suas habilidades musicais e influências diversas começou a moldar o som distintivo da banda. Antes de alcançar a fama, o a-ha passou por um período inicial de composição e ensaios, frequentemente tocando em pequenos clubes e bares em Oslo.

O nome da banda, a-ha, foi escolhido de maneira simples, mas eficaz. Originalmente, “a-ha” era uma expressão comum que transmitia surpresa ou realização. Essa escolha de nome reflete a natureza acessível e direta da banda, o que acabou se tornando um dos aspectos mais memoráveis de sua identidade.

O Primeiro Sucesso: “Take On Me” e a Revolução dos Clipes

O grande salto do a-ha para a fama global ocorreu com o lançamento do single “Take On Me” em 1984. Inicialmente, a faixa não obteve o sucesso esperado, vendendo apenas 300 cópias. No entanto, a banda não desistiu e continuou trabalhando na produção da música, que eventualmente conquistou um novo produtor, Alan Tarney. Sua intervenção foi crucial para a transformação de “Take On Me” em um sucesso internacional, com a faixa vendendo mais de 1,5 milhão de cópias em todo o mundo.

O clipe de “Take On Me” também desempenhou um papel fundamental no sucesso da banda. Criado por Steve Barron, o vídeo se destacou por seu uso inovador de técnicas de rotoscopia, uma forma de animação que envolve a pintura quadro a quadro de cenas filmadas. Inspirado pelo filme “Altered States” de Ken Russell, o clipe não só capturou a essência da música, mas também se tornou um marco na história dos videoclipes.

Reconhecimento e Expansão Global

O impacto de “Take On Me” foi imenso, e a banda ganhou reconhecimento significativo, incluindo prêmios como o MTV Video Music Award e uma indicação ao Grammy. No entanto, apesar de seu sucesso na Europa, a banda enfrentou dificuldades para se consolidar nos Estados Unidos, onde o single chegou ao 40º lugar na Billboard Hot 100.

Enquanto o sucesso nos Estados Unidos não era tão esmagador quanto na Europa, a banda continuou a ganhar popularidade globalmente. O álbum de estreia, “Hunting High and Low”, lançado em 1985, foi um sucesso estrondoso, vendendo mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos e consolidando o status do a-ha como uma força significativa no synthpop.

Desafios e Novos Trabalhos

A continuidade do sucesso foi desafiadora para o a-ha. O segundo álbum da banda, “Scoundrel Days” (1986), trouxe hits como “Cry Wolf” e “Manhattan Skyline”, mas o álbum não conseguiu igualar o sucesso estrondoso de seu antecessor. A banda enfrentou um momento difícil com a queda nas vendas e críticas mistas para seu trabalho subsequente.

Em 1987, o a-ha participou da trilha sonora do filme “James Bond – Marcado Para a Morte”, e a música “The Living Daylights” se tornou um sucesso, novamente destacando o potencial da banda para criar hits memoráveis. No entanto, o álbum “Stay on These Roads” (1988) recebeu críticas negativas e teve uma queda nas vendas, refletindo um padrão comum entre muitas bandas da época que lutavam para manter o mesmo nível de sucesso.

O Desafio da Evolução e a Separação

Nos anos 90, o a-ha lançou vários álbuns, incluindo “East of the Sun, West of the Moon” (1990) e “Memorial Beach” (1993). Esses trabalhos marcaram uma fase de amadurecimento musical para a banda, com uma presença mais rock and roll e uma abordagem mais madura em suas músicas. Em 1991, o a-ha se apresentou no Rock in Rio II, encantando um público de 198 mil pessoas no Maracanã, um evento que deixou uma impressão duradoura e foi registrado no videoclipe “The Living Daylights”.

No entanto, após uma série de lançamentos que não conseguiram capturar o mesmo nível de sucesso comercial, o a-ha entrou em hiato em 1994. Durante esse período, os membros da banda seguiram projetos solo. Morten Harket lançou álbuns individuais e também explorou a atuação, enquanto Paul Waaktaar-Savoy se envolveu em diversos projetos musicais e Magne Furuholmen se dedicou à escultura e à trilha sonora de filmes.

O Retorno e a Reinvenção

A banda se reuniu em 1998 para o Nobel Peace Prize Concert, onde tocaram uma nova música, “Summer Moved On”. Esse retorno foi seguido pelo lançamento de “Minor Earth Major Sky” (2000), um álbum que sinalizou a adaptação do a-ha às novas tecnologias e tendências da época. A banda começou a fazer transmissões ao vivo pela internet, atraindo mais de 6 milhões de espectadores online, um feito notável para a época.

O álbum “Lifelines” (2002) e o projeto “Analogue” (2005) reafirmaram o status do a-ha, com a banda mostrando uma capacidade contínua de evoluir e se adaptar às novas demandas do mercado musical. Embora a banda tenha entrado em hiato novamente após o lançamento do álbum “Cast in Steel” (2015), os membros continuaram a fazer apresentações ocasionais e a manter a base de fãs fiel.

Legado e Impacto Cultural

O a-ha deixou um legado significativo na música pop, especialmente no gênero synthpop. Seus álbuns e singles ainda são apreciados por fãs de várias gerações, e a banda continua a ser uma referência importante no cenário musical. A habilidade do a-ha para combinar melodias cativantes com inovações visuais e tecnológicas garantiu seu lugar na história da música.

Em resumo, a trajetória do a-ha é uma história de sucesso, desafios e reinvenção. Desde suas origens humildes na Noruega até sua ascensão ao estrelato global, o a-ha demonstrou uma habilidade notável para evoluir e se adaptar às mudanças no panorama musical. Sua influência continua a ser sentida, e sua música permanece relevante para novas gerações de ouvintes.

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