Desde os anos 70, as boy bands têm sido uma presença constante na música pop. A fórmula de jovens talentosos cantando e dançando com sincronia perfeita cativou fãs ao redor do mundo. Esse fenômeno, no entanto, remonta ainda mais, com raízes nos anos 60, quando grupos como The Monkees e The Jackson 5 começaram a ganhar destaque. Entretanto, foi na virada dos anos 90 para os 2000 que duas boy bands em particular se destacaram: Backstreet Boys e NSYNC.
Os anos 90 e início dos anos 2000 foram marcados por uma rivalidade intensa entre os fãs dessas duas bandas. Era comum ver discussões acaloradas sobre qual grupo era o melhor. Se você vivenciou essa época, certamente se lembra da divisão entre o “Team Backstreet Boys” e o “Team NSYNC”. E você, leitor, de qual lado você estava? Deixe seu comentário abaixo!
A Ascensão do NSYNC
Enquanto os Backstreet Boys dominavam as paradas, o NSYNC não ficava atrás. Em termos de vendas e relevância comercial, eles eram adversários à altura. A mídia muitas vezes alimentava a ideia de uma rivalidade feroz entre as bandas, mas, na realidade, essa animosidade era mais fabricada do que real.
A história do NSYNC começou de maneira bem peculiar. Chris Kirkpatrick e Joey Fatone se conheceram nos estúdios da Universal em Orlando, Flórida. Ambos trabalhavam em atrações do parque temático e rapidamente desenvolveram uma amizade. Paralelamente, JC Chasez e Justin Timberlake apresentavam o “The Mickey Mouse Club”, um programa de TV também em Orlando, ao lado de futuras estrelas como Britney Spears e Christina Aguilera.
Foi no colégio onde JC e Justin estudavam música que Joey foi apresentado ao grupo. A conexão foi instantânea, e eles começaram a se apresentar em bares locais, conquistando rapidamente uma base de fãs. No entanto, faltava uma peça crucial para a harmonia perfeita: uma voz grave. Foi então que Lance Bass, recomendado por um professor de canto de Justin, se juntou ao grupo, completando a formação do NSYNC.
O nome NSYNC, uma ideia da mãe de Justin, veio da palavra “in sync” (em sincronia), refletindo a harmonia vocal e a sincronia de suas performances. Diferentemente dos Backstreet Boys, que foram formados por um empresário, o NSYNC teve uma origem mais orgânica, com os membros se unindo por conta própria.
O Sucesso Internacional e a Chegada aos Estados Unidos
Em 1997, o NSYNC lançou seu álbum de estreia na Alemanha e na Holanda. O sucesso na Europa foi estrondoso, e não demorou para que o grupo conquistasse o público americano. Hits como “I Want You Back” e “Tearing Up My Heart” dominaram as paradas, e o grupo rapidamente se tornou uma sensação.
Em menos de um ano após o lançamento do primeiro álbum, eles lançaram um álbum especial de Natal, “Home for Christmas”. Com o advento do novo milênio, o NSYNC lançou seu segundo álbum de estúdio, “No Strings Attached”, que quebrou recordes de vendas, com 2,4 milhões de cópias vendidas na primeira semana.
Controvérsias e Triunfos
O lançamento de “No Strings Attached” quase foi comprometido por uma disputa judicial entre sua antiga gravadora, BMG, e a nova, Jive Records. Apesar dos obstáculos, o álbum foi lançado e solidificou a posição do NSYNC no cenário musical.
Durante esse período, a mídia e os fãs especularam sobre uma rivalidade entre NSYNC e Backstreet Boys. Em uma entrevista ao “The Tonight Show”, Nick Carter dos Backstreet Boys desmentiu os rumores, afirmando que ambos os grupos estavam simplesmente seguindo seus sonhos.
O Fim de uma Era e Novos Começos
Em 2002, o NSYNC anunciou uma pausa indefinida, que na prática significou o fim da banda. No entanto, seus membros continuaram a brilhar em diferentes áreas do entretenimento. Lance Bass se aventurou no mundo da TV e do cinema, e também assumiu publicamente sua homossexualidade, um marco importante para muitos fãs. Joey Fatone se tornou empreendedor e abriu uma rede de cachorros-quentes. Chris Kirkpatrick participou de vários reality shows e se tornou pai em 2017.
Mas foi Justin Timberlake quem alcançou o maior sucesso solo, estabelecendo-se como um artista multifacetado no mundo da música e do cinema. Com hits como “Cry Me a River” e “SexyBack”, Justin provou ser um dos artistas mais talentosos de sua geração.
Nostalgia e Legado
Hoje, as lembranças da era das boy bands dos anos 90 e 2000 ainda são queridas por muitos. Revistas como a “Capricho” estampam pôsteres gigantes dos ídolos nas paredes dos quartos de adolescentes, enquanto gritos histéricos ecoavam em shows e apresentações na TV.
Por outro lado, os jovens rapazes muitas vezes zombavam da situação, mas não podiam negar o impacto cultural dessas bandas.
A nostalgia dessa época traz à tona um sentimento de saudade de tempos mais simples e diretos. As boy bands podem ter se desfeito, mas seu legado continua vivo, influenciando novas gerações de músicos e fãs. Afinal, a música pop sempre encontrará uma maneira de se reinventar e capturar os corações dos jovens ao redor do mundo.