“Descubra o quinto álbum do Arctic Monkeys, ‘AM’, uma tentativa ousada de explorar diversas influências, mas que acaba perdendo a coesão sonora.”
A antecipação por um novo lançamento do Arctic Monkeys sempre gera grande expectativa, especialmente considerando a influência significativa que a banda exerceu sobre o cenário do rock alternativo nos últimos anos.
Ao desbravar terrenos antes monótonos, anteriormente dominados pelos Strokes, os Monkeys trouxeram uma nova energia criativa ao gênero.
Entretanto, o quinto álbum da banda, intitulado “AM” e lançado no início de setembro, parece desperdiçar a sede de exploração musical que uma vez caracterizou o Arctic Monkeys.
No álbum, o líder Alex Turner expressa uma fome global ao mencionar influências tão diversas quanto rock psicodélico, blues rock, R & B, soul e hip hop, indo desde Black Sabbath até Aaliyah. Contudo, a tentativa de amalgamar tantas influências em uma única obra resulta em uma sonoridade repetitiva em várias faixas.
A abertura com “Do I Wanna Know?” revela uma ausência notável das raízes dos Arctic Monkeys, presentes nos dois primeiros álbuns.
Apesar de ser conduzida por um ritmo cativante e um riff marcante, a música se mostra surpreendentemente tranquila para uma abertura. “R U Mine?” acelera um pouco o ritmo, destacando-se pelo peso instrumental que sugere uma influência proveitosa do stoner rock.
“One For The Road”, com a participação de Josh Homme (Queens Of The Stone Age) nos vocais de apoio, incorpora o peso do stoner rock em sua melodia, combinado com a orientação pop das linhas vocais.
No entanto, a falta de variação ao longo da faixa a torna tediosa, enquanto “Arabella” salva-se do marasmo com momentos de guitarra distorcida, lembrando brevemente Black Sabbath.
“I Want It All” assume uma abordagem mais clássica do rock, com palmas e vocais agudos em falsete, reminiscentes do Queens Of The Stone Age.
“No. 1 Party Anthem” desacelera o ritmo, incorporando elementos psicodélicos com teclados, piano e violões. “Mad Sounds” segue a mesma proposta de forma satisfatória.
“Fireside” adota uma abordagem mais voltada para o folk, com destaque para a presença marcante dos teclados.
Já “Why’d You Only Call Me When You’re High?” destaca-se como uma possível escolha para single, graças à expressiva interpretação vocal de Alex Turner.
“Snap Out Of It” apresenta uma batida contagiante e um refrão bem construído, mas à medida que o álbum se aproxima do final, a expectativa por uma música mais explosiva não é atendida. “Knee Socks”, novamente com a participação de Josh Homme, mantém uma atmosfera calma, enquanto “I Wanna Be Yours” é considerada dispensável, quase servindo como uma canção para acalmar.
O ápice explosivo de “AM” encontra-se na segunda faixa, após o qual o álbum parece estagnar, preso a um padrão calmo estabelecido desde o início.
Apesar de ter sido elogiado por críticos por suas supostas influências psicodélicas, progressivas e de Black Sabbath, falta uma identidade genuína. Embora os fãs mais dedicados possam apreciar “AM”, não é um álbum recomendado para iniciantes na discografia dos Arctic Monkeys, ficando longe de se tornar sua obra definitiva.
A estreia icônica de 2006, “Whatever People Say I Am, That ‘s What I’m Not”, continua sendo a referência quintessencial do quarteto britânico.
Ouça o maior sucesso do Arctic Monkeys: