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Backstreet Boys: A História de uma Revolução Musical dos Anos 90

Eu confesso que não me lembro exatamente do momento em que a febre dos Backstreet Boys tomou conta da minha sala de aula, mas a imagem é clara: as garotas estavam completamente enlouquecidas. O mundo da música estava em constante evolução, e após a influência de grupos como Menudo e New Kids on the Block, os anos 90 trouxeram uma nova geração de boy bands, entre elas os icônicos Backstreet Boys.

O fenômeno das boy bands não era exatamente uma novidade; na verdade, ele havia sido um ponto constante na indústria musical, apenas renovando-se com o tempo. No entanto, a partir de 1995, a hegemonia dos boy bands, que havia dominado os anos 80, foi deixada de lado para dar lugar aos Backstreet Boys, que começaram a dominar as paradas e a vida dos fãs adolescentes com uma força avassaladora.

Para entender o impacto e a trajetória desses jovens artistas, é essencial conhecer a história que está por trás dos Backstreet Boys, um grupo que não apenas conquistou o mundo com suas músicas, mas também enfrentou desafios e polêmicas ao longo do caminho.

A Formação dos Backstreet Boys

Os Backstreet Boys surgiram em 1993 em Orlando, Flórida, quando o empreendedor Lou Pearlman decidiu formar um grupo de garotos talentosos, capazes de cantar, dançar e conquistar corações adolescentes. Pearlman, que havia feito fortuna com o grupo New Kids on the Block, estava determinado a criar um novo fenômeno musical.

Após vários testes e audições entre 1992 e 1993, Pearlman selecionou cinco jovens: Nick Carter, com apenas 13 anos; Howie Dorough, de 19 anos; AJ McLean, com 15 anos; Kevin Richardson, de 20 anos; e, finalmente, Brian Littrell, que se juntou ao grupo em abril de 1993. Assim nasceu a formação inicial dos Backstreet Boys.

O Início da Carreira e os Primeiros Sucessos

Em junho de 1994, os Backstreet Boys gravaram seu primeiro single, “We’ve Got It Goin’ On”, uma faixa que, embora não tenha conquistado as paradas norte-americanas, alcançou a sexagésima nona posição na lista Rock 100 e rendeu ao grupo seu primeiro disco de ouro na Alemanha. Apesar do modesto sucesso inicial, o grupo continuava a se destacar na Europa e no Canadá.

A primeira grande quebra de sucesso aconteceu em 1995, quando lançaram seu álbum de estreia na Europa, que rapidamente se tornou um sucesso, alcançando as primeiras colocações em várias cidades da região. O álbum também fez uma estreia notável na Billboard 200, alcançando a quarta posição. A venda de 8,5 milhões de cópias na Europa, Ásia e Canadá entre 1996 e 1997 foi um sinal claro de que os Backstreet Boys estavam prestes a dominar o cenário musical global.

A Conquista dos Estados Unidos e o Ápice da Fama

Com o sucesso crescente na Europa e no Canadá, os Backstreet Boys voltaram aos Estados Unidos em 1997, onde lançaram o single “Quit Playing Games (With My Heart)”. Esta faixa rapidamente conquistou o público americano, alcançando a segunda posição na Billboard Hot 100 e sendo certificada como platina.

O álbum “Backstreet’s Back”, lançado em 1997, consolidou a fama dos Backstreet Boys, recebendo o disco de platina por 14 vezes e vendendo 14 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos. O álbum alcançou o primeiro lugar em vários países, incluindo Alemanha, Noruega, Suécia, Finlândia e Áustria, e vendeu cerca de 30 milhões de cópias em todo o mundo.

Desafios e Polêmicas

No entanto, o sucesso estrondoso não veio sem desafios. Em 1999, o grupo recebeu o certificado de Diamante por ter vendido 10 milhões de cópias de seu primeiro álbum. Na mesma época, o lançamento do álbum “Millennium” foi um sucesso, vendendo 9 milhões de cópias apenas na primeira semana.

Apesar da ascensão meteórica, a vida dos Backstreet Boys estava longe de ser perfeita. Durante a turnê “Backstreet’s Back”, Brian Littrell teve que adiar duas vezes uma cirurgia no coração para cumprir a agenda de shows. Além disso, a administração do grupo e questões com a gravadora trouxeram à tona uma série de problemas. O empresário e a gravadora estavam faturando milhões, enquanto o grupo recebia uma fração desse montante. Em resposta, Brian Littrell e o restante do grupo processaram a gravadora, resultando em uma série de acordos judiciais.

O sucesso também trouxe consigo uma série de problemas emocionais e vícios entre os membros do grupo. AJ McLean, por exemplo, teve que interromper a turnê para tratar de alcoolismo, depressão e vício em cocaína. Esses desafios forçaram o grupo a se reestruturar e a enfrentar questões internas para manter a coesão e a continuidade.

Reconciliações e Reviravoltas

Em meio a essas dificuldades, os Backstreet Boys encontraram forças para se reunirem como um quinteto novamente. Após uma intervenção pública, o grupo entrou em estúdio para gravar o álbum “Never Gone”, lançado em 2005, que trouxe hits como “Incomplete” e “Show Me the Meaning of Being Lonely”.

A história dos Backstreet Boys continuou a se desenrolar com mais altos e baixos. Em 2008, o empresário do grupo foi condenado a 25 anos de prisão por lavagem de dinheiro e conspiração, e faleceu em 2016. Enquanto isso, o grupo continuou a fazer música e a se apresentar, com Richardson retornando em 2012 e o grupo lançando o álbum “This Is Us”.

O Legado Duradouro dos Backstreet Boys

Hoje, os Backstreet Boys continuam a ser uma força significativa no mundo da música, lançando discos e fazendo shows ao redor do mundo. Eles também marcaram presença no Brasil, onde encantaram o público com suas apresentações energéticas e carismáticas.

Embora tenham enfrentado uma série de desafios ao longo dos anos, os Backstreet Boys deixaram uma marca indelével na história da música pop. Sua capacidade de superar adversidades e evoluir ao longo das décadas demonstra o poder duradouro da música e a resiliência de uma das boy bands mais icônicas de todos os tempos.

Se você é fã ou apenas interessado na história dos Backstreet Boys, não deixe de acompanhar suas novas produções e revisitá-las para apreciar o impacto que tiveram na música e na cultura pop. Afinal, como diz o velho ditado, “A música é a linguagem universal da humanidade”, e os Backstreet Boys definitivamente contribuíram para essa linguagem de maneira significativa.

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