A série “Bebê Rena”, da Netflix, que se mantém no topo das mais assistidas no Brasil, vem causando grande repercussão não apenas pelo seu conteúdo intrigante e sombrio, mas também por suas implicações legais.
Baseada na história real do autor, diretor e protagonista Richard Gadd, a trama acompanha seu relacionamento com uma stalker, apelidada de Martha na série (interpretada por Jessica Gunning).
A busca por Martha na vida real e as consequências:
O sucesso da série impulsionou uma investigação online por parte dos fãs, que buscaram identificar a verdadeira Martha e o homem que teria atacado Gadd. Essa busca resultou na identificação de Fiona Harvey, apontada como a “Martha da vida real”.
Em entrevista ao programa de Piers Morgan, Harvey negou as acusações feitas na série e revelou ter recebido diversas ameaças de morte após o lançamento da produção.
Ação do governo britânico e a nova lei de mídia:
A situação chamou a atenção do Departamento de Cultura, Mídia e Esportes (DCMS) do Reino Unido, que notificou a Netflix sobre o Projeto de Lei de Mídia do país. A nova lei visa conceder ao regulador de serviços de comunicação, Ofcom, poderes para policiar conteúdos em serviços de streaming sob um novo Código de Vídeo sob Demanda.
O que prevê a nova lei?
A proposta, ainda em tramitação no parlamento britânico e com previsão de oficialização em 2025, busca proteger a identidade de pessoas envolvidas em produções audiovisuais, desde o público até colaboradores e outros que se sintam prejudicados pelo conteúdo.
Medidas da Netflix e a defesa da liberdade artística:
Em maio, o diretor de políticas públicas do Reino Unido da Netflix, Benjamin King, compareceu ao Parlamento para defender a série e as produções da plataforma em geral. Afirmou que medidas foram tomadas para proteger identidades, mas se recusou a detalhar quais medidas são essas.
Um debate complexo:
O caso “Bebê Rena” levanta questões complexas sobre os limites da liberdade artística, a proteção da privacidade e as responsabilidades das plataformas de streaming. A nova lei de mídia do Reino Unido busca estabelecer um equilíbrio entre esses interesses, mas ainda há debates sobre sua efetividade e possíveis impactos na produção e distribuição de conteúdo.