Explore os mistérios de ‘Pais e Filhos’ da Legião Urbana, mergulhando nos simbolismos de estátuas, cofres e paredes pintadas que revelam tragédias familiares e o peso do suicídio.
A canção “Pais e Filhos” da Legião Urbana, destacada como um dos pontos altos do álbum “As Quatro Estações” lançado em 1989, transcende a aparente simplicidade de sua melodia, explorando tematicamente a complexidade do suicídio.
Renato Russo, o visionário líder da banda, tece um cenário intrigante na primeira estrofe ao mencionar “estátuas e cofres e paredes pintadas”, iniciando a narrativa pelo desfecho trágico.
A interpretação deste verso suscitou análises profícuas em diversos círculos críticos. Em uma abordagem do site Nada Anônima, sugere-se que Russo adota a técnica literária de começar a história pelo final, oferecendo-nos uma visão do ambiente onde a protagonista habitava.
As estátuas e cofres e paredes pintadas” podem, à primeira vista, evocar a imagem de um local comum, com decorações refinadas e promissoras, insinuando que a protagonista não enfrentava dramas particulares aparentes, vivendo uma vida aparentemente normal.
O enigma persiste, contudo, pois a tragédia ocorre sem que o espectador compreenda os tormentos internos que levaram ao ato extremo: “Ninguém sabe o que aconteceu / Ela se jogou da janela do quinto andar / Nada é fácil de entender.”
Em consonância com essa interpretação, o Cultura 7 acrescenta uma camada de complexidade, destacando a presença de vários “eus” na música.
A composição reúne diversas vozes de pais e filhos, representadas por estátuas, cofres fechados com segredos e paredes pintadas, simbolizando a falta de comunicação e introspecção nas relações familiares.
A imagem desses elementos “fechados” e estáticos reflete a desconexão entre os personagens, culminando na tragédia narrada na canção: “Ninguém sabe o que aconteceu / Ela se jogou da janela do quinto andar.”
Assim, “Pais e Filhos” não apenas aborda a temática densa do suicídio, mas também explora as nuances das relações familiares, revelando as barreiras emocionais e a falta de compreensão que podem levar a desfechos trágicos.
A obra de Renato Russo continua a provocar reflexões e análises, enriquecendo a experiência auditiva com camadas profundas de significado.
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