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Ed Motta e a Controvérsia do Hip Hop: Uma Análise

Ed Motta, é um exemplo, é um artista que frequentemente exibe esse lado complicado de sua personalidade.

Recentemente, em 13 de junho, Ed Mota fez declarações polêmicas contra a cultura hip hop, afirmando que “todo fã de hip hop é burro, sem exceção.” Mas, honestamente, quem é Ed Motta? Antes de adentrarmos nas suas declarações controversas, vamos entender um pouco da trajetória dele.

Ed Motta é sobrinho do lendário Tim Maia, e foi através desse parentesco que teve seus primeiros contatos com a música. Ele se inspirou em artistas como Earth, Wind & Fire, Stevie Wonder e na disco music em geral. Contudo, o que realmente o motivou a seguir carreira foi o impacto do Led Zeppelin e Jeff Beck.

Seu primeiro projeto de destaque foi com o coletivo Conexão Japeri, na década de 80, quando tinha apenas 16 anos. Hits como “Vamos Dançar” surgiram dessa fase. No entanto, após um único álbum lançado com o Conexão Japeri, Ed Motta seguiu carreira solo. Nos anos 90, passou um tempo em Nova York, onde conheceu diversos músicos internacionais e gravou dois álbuns que, até onde sei, nunca foram lançados.

De volta ao Brasil, Ed Motta compôs músicas com o falecido Lincoln Olivetti, produziu a trilha sonora do filme “Pequeno Dicionário Amoroso” e, em 1997, lançou “Manual Prático para Festas, Bailes e Afins”, um dos discos mais aclamados pelos fãs. Antes desse, teve outros dois álbuns de estúdio: “Um Contrato com Deus” e “Entre e Ouça”. Esse último trouxe uma pegada mais dançante e pop, sem abandonar suas influências de jazz.

A fama de Ed Motta cresceu com “Manual Prático”, e era comum vê-lo na televisão brasileira, especialmente no programa do Faustão. No entanto, com o passar dos anos e a mudança na mídia tradicional, ele foi gradualmente esquecido.

Mesmo recluso, Ed Motta não ficou longe das polêmicas. Ele criticou duramente Raul Seixas, chamando-o de “funcionário de gravadora” e denegrindo sua música. Também atacou Elvis Presley, descrevendo-o como “um imbecil” e “uma invenção de gravadora”. As críticas não pararam por aí: ele afirmou que bateria em Johnny Cash se este estivesse vivo, classificando suas letras como “merda”.

Muitos fãs de Ed Motta defendem sua música, mas é inegável que suas declarações causaram grande repercussão. Comparar a obra de Ed Motta com a de Raul Seixas, por exemplo, revela uma disparidade significativa. Raul Seixas teve sua carreira consolidada com diversos sucessos que permeiam a cultura brasileira até hoje, enquanto Ed Motta é lembrado principalmente por alguns hits.

A recente crítica de Ed Motta ao hip hop também gerou reações acaloradas. Eduardo Taddeo, ex-Facção Central, respondeu lembrando que o hip hop é uma revolução cultural, política e social que há 50 anos promove empoderamento e auto-estima nas comunidades marginalizadas. O hip hop, segundo ele, salva vidas e tira pessoas da criminalidade, sendo uma ferramenta de politização e informação.

A questão aqui é a contínua necessidade de artistas como Ed Motta em determinar o que as pessoas devem ou não ouvir. O comediante Rafinha Bastos respondeu de forma prática, destacando que Ed Motta é conhecido por rimas simples como “Manuel”.

Apesar das polêmicas, Ed Motta teve seu momento de importância na cultura pop brasileira. No entanto, a grandeza de sua obra é questionável quando comparada a ícones como Raul Seixas. É inegável que suas declarações o mantêm na mídia, mas também trazem à tona debates importantes sobre respeito e valorização das diversas formas de expressão cultural.

E você, o que acha das declarações de Ed Motta? Deixe seu comentário.

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