Renato Manfredini Junior, conhecido artisticamente como Renato Russo, esconde por trás de seu nome uma intrincada tapeçaria de influências e escolhas. Embora o público geralmente esteja ciente de seu nome de nascimento, poucos conhecem as verdadeiras raízes e as camadas de significado que envolvem sua identidade artística.
A autora Chris Fuscaldo, especializada na discografia da Legião Urbana e autora do livro “Discobiografia Legionária”, lança luz sobre uma inspiração multifacetada.
Ela revela que Renato adotou o sobrenome “Russo” em uma homenagem tríplice ao iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau, ao filósofo inglês Bertrand Russell e ao pintor francês Henri Rousseau.
Essa escolha evidencia a profunda conexão intelectual e artística que Renato buscava incorporar em sua persona artística.
Contudo, outra narrativa, vinda de Fê Lemos, baixista do Capital Inicial, adiciona uma camada intrigante à história.
Durante uma participação no programa Amplifica, Fê Lemos sugere que Renato teria se inspirado no cantor grego Demis Roussos, notável por sua presença imponente e uma carreira solo de sucesso, especialmente no Brasil.
Essa teoria revela um lado mais inusitado e talvez humorístico na escolha do nome artístico.
Uma terceira versão emerge das revelações do produtor musical Luiz Fernando Borges. Durante uma conversa com o jornalista e pesquisador musical Rodrigo Faour, Borges compartilha um episódio revelador.
Renato, em uma ocasião, apresentou a Borges o livro “The Celluloid Closet”, de Vito Russo. Esse Vito Russo, por sua vez, foi responsável por criar a organização GLAAD (Gay & Lesbian Alliance Against Defamation), destinada a protestar contra a difamação na mídia norte-americana.
Segundo Borges, Renato teria lido sobre Vito Russo e sua organização na revista Rolling Stone, quando frequentava a Cultura Inglesa, onde era professor de língua e literatura inglesa.
Só pra constar, Renato Russo era um professor muito procurado pelos pais de alunos, que pediam que seus filhos fossem matriculados para as suas aulas
No entanto, Renato, respeitando a sensibilidade da época em relação à militância gay, optou por apresentar uma história alternativa envolvendo Rousseau e Russell, em vez de admitir a ligação direta com a causa LGBTQ+.
Essa revelação acrescenta uma nova dimensão ao processo de formação da identidade artística de Renato Russo, revelando o cuidado e a complexidade por trás da escolha de seu nome.
Claro que a versão mais aceita é que ele tenha se inspirado nos três intelectuais franceses, que ao meu ver é a mais coerente.