Pular para o conteúdo

CQM+ – Cinema, Quadrinhos, Música e Muito Mais

Início » A Nostalgia dos Sabores da Infância: A História da Fábrica de Chocolates Pan

A Nostalgia dos Sabores da Infância: A História da Fábrica de Chocolates Pan

Chocolates Pan

Muitas coisas marcaram nossas vidas: filmes, games, séries e músicas. No entanto, nada é tão evocativo quanto os cheiros e gostos, especialmente quando se trata de paladar, pois a infância sabe contar histórias através dos sabores. Quem não se lembra de certos doces com um sorriso no rosto?

O Biscoito Fofis e Outros Ícones

Um desses doces icônicos foi o biscoito Fofis, uma verdadeira explosão de sabores de chocolate e caramelo. Eu comia tanto esse biscoito que quase me tornei um urso de tão gordo que fiquei! Apesar de ser um pouco caro, valia cada centavo. Outro favorito da nossa infância era o cigarrinho de chocolate da Pan, um doce que marcou os anos 90 e adoçou a vida de muitos brasileiros.

A Saga da Fábrica Pan

A história do Pan começou em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, em 1935. Aldo Aliberti, um engenheiro químico formado em Turim, Itália, se juntou ao seu cunhado, Osvaldo Falchero, engenheiro eletricista, para fundar uma fábrica de chocolates, balas e confeitos. A ideia era competir com marcas tradicionais da época, como a Garoto.

Em um terreno de 4 mil metros quadrados na Rua Maranhão, em São Caetano do Sul, nasceu a Pan, que significa Produtos Alimentícios Nacionais. A estratégia de marketing para o lançamento da Pan foi inovadora: um anúncio em um jornal relevante da época dizia que um foguete seria lançado para a Lua em 12 de dezembro de 1935, o que causou grande expectativa.

Crescimento e Inovação

Em 1936, a produção começou com chocolates, balas e confeitos. A Pan adquiriu e reformou máquinas usadas do Rio de Janeiro e comprou uma caldeira a vapor em São Paulo para cozinhar os ingredientes. A produção era artesanal: as balas eram feitas em tachos por confeiteiros e embrulhadas manualmente, dando um toque único aos produtos.

Os famosos cigarrinhos de chocolate, lançados em 1941, inicialmente eram apenas charutos de chocolate, mas em 1959, ganharam a imagem de dois garotos na embalagem, um branco e outro negro, que se chamava Paulinho Pompéia. Paulinho se tornou uma figura nacionalmente conhecida e seguiu carreira na TV como diretor e ator, aparecendo até em Malhação.

O Declínio e a Falência

Infelizmente, a Pan enfrentou dificuldades financeiras no início dos anos 2000, levando ao pedido de concordata em 2002. Em 2005, após a morte de Osvaldo Falchero, a gestão passou para as filhas e os genros. Tentativas de expansão, como a abertura de uma loja de fábrica no Tatuapé e a entrada no mercado de sorvetes, não deram certo.

Em 2016, a Pan foi adquirida pelo grupo Brasil Participações, que planejava expandir os negócios. No entanto, a pandemia de COVID-19 em 2019 piorou a situação financeira, culminando no pedido de recuperação judicial em 2021 e, finalmente, na falência da fábrica em fevereiro de 2023.

Legado e Saudades

Outro fato triste foi o falecimento de Paulinho Pompéia, nosso herói de infância, em 2021, aos 72 anos. Empreender no Brasil é um desafio enorme, com impostos altos e muitas dificuldades.

Essa é uma breve homenagem à clássica fábrica de doces e chocolates que marcou nossas vidas. Obrigado, Pan, por adoçar nossa juventude.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *