Aleister Crowley, uma figura controversa e enigmática, influenciou inúmeras obras artísticas, talvez sendo uma das maiores inspirações diabólicas e cruéis na história. Conhecido como “a Grande Besta 666” pela imprensa britânica, Crowley nasceu em uma família cristã. Seu pai, que faleceu quando ele tinha apenas 11 anos, deixou uma herança significativa, acumulada através da cervejaria da família. No entanto, a relação com sua mãe, que o desprezava e frequentemente o humilhava, foi tumultuada.
Crowley desenvolveu interesses místicos e estudou filosofia na Universidade de Cambridge. Durante esse período, ele mergulhou no esoterismo, atraindo suspeitas e acusações de espionagem, refletindo uma sociedade que caçava aqueles que desafiavam seus princípios e valores. Aos 23 anos, ele começou a frequentar a Ordem Hermética da Aurora Dourada, uma organização dedicada ao ocultismo. Após desentendimentos internos, Crowley deixou a ordem e viajou para o Egito. Lá, entre 8 e 10 de abril de 1904, ele alegou ter tido contato com um espírito chamado Aiwass, que lhe deu o Livro da Lei, a base para a religião que ele fundou, a Thelema.
Em 1920, Crowley fundou a Abadia de Thelema na Sicília, onde praticantes se dedicavam à magia negra. No entanto, após a morte de um seguidor, Raoul Loveday, dentro do templo, ele foi expulso da Itália pelo ditador Benito Mussolini. As ideias de Crowley atravessaram o tempo e influenciaram diretamente a música brasileira, especialmente Raul Seixas. Raul, um seguidor fervoroso de Crowley, incorporou os princípios de Thelema em sua obra e pregou a Sociedade Alternativa, inspirando a juventude a desafiar o sistema capitalista e viver de acordo com suas próprias regras.
Crowley teve uma vida pessoal tumultuada. Em Nova York, ele se envolveu com Alice Richardson, que engravidou durante um ritual religioso, mas perdeu o bebê. Sua única filha que sobreviveu, morreu aos dois anos de idade. Em 1904, ele se casou com Rose Edith Kelly. Crowley publicou várias obras, incluindo cinco que foram lançadas no Brasil, todas refletindo sua filosofia e visão de mundo. Em 1930, com a ajuda do poeta Fernando Pessoa, Crowley simulou sua própria morte em Cascais, Portugal, para fugir de dívidas, aparecendo em Berlim poucas semanas depois. Sua vida chegou ao fim em 1º de dezembro de 1947, aos 72 anos, devido a uma bronquite crônica.
O legado de Crowley é vasto e profundo, influenciando diversas bandas e artistas do rock. Talvez o mais notável seja Raul Seixas, mas a influência de Crowley também se estende a Ozzy Osbourne, cujo famoso “Mr. Crowley se tornou um hino. Nas décadas de 60 e 70, sua figura mítica e polêmica atraiu a atenção de muitos artistas, ganhando o título de guru da contracultura do rock.
O caso mais famoso é o do Led Zeppelin, especialmente Jimmy Page. Antes mesmo do black metal norueguês, Page já estava imerso no mundo oculto de Crowley, chegando a comprar a mansão do mago à beira do Lago Ness. As alusões ao ocultismo são evidentes no quarto álbum da banda, repleto de símbolos estranhos. A banda enfrentou uma série de tragédias, incluindo a morte do filho de Robert Plant, o acidente de carro de Plant e a morte de John Bonham, que alimentaram as especulações sobre a influência sombria de Crowley.
Além do Led Zeppelin, Crowley inspirou outras bandas como Iron Maiden, David Bowie, Mercyful Fate, Marilyn Manson, entre outros. Sua filosofia e imagem continuam a fascinar e influenciar artistas, perpetuando seu impacto na música e na cultura popular.
Crowley, apesar de sua morte há mais de sete décadas, permanece uma figura central na história do ocultismo e da contracultura. Sua vida e obra continuam a ser estudadas e debatidas, com seu legado ressoando através das gerações. Se você gosta de mistérios e do poder subversivo da música, Crowley certamente é uma figura a ser explorada.
Crowley não apenas influenciou a música, mas também deixou um impacto duradouro na cultura popular. Sua filosofia de “fazer o que tu queres” ressoa em um mundo que continua a desafiar normas e buscar liberdade individual. Se você quer entender melhor a interseção entre ocultismo e rock, não há figura mais icônica do que Aleister Crowley.