CQM+ – Cinema, Quadrinhos, Música e Muito Mais

Alphaville: A Jornada Musical e o Impacto de “Forever Young”

Explore a história do Alphaville e o impacto de “Forever Young” em um artigo detalhado sobre a icônica banda dos anos 80.

Hoje, exploramos a história de um dos ícones do city pop dos anos 80: Alphaville. Eleitos por vocês numa enquete aqui no canal, vamos revisitar a trajetória deste trio alemão e seu impacto na cena musical, com um foco especial no álbum de estreia e na canção “Forever Young”. Além disso, vamos mergulhar em detalhes sobre os equipamentos e técnicas utilizadas na criação desse clássico.

Formação e Primeiros Passos

O ano é 1982 em Berlim, Alemanha. Três amigos e músicos, Bernhard Lloyd, que era DJ antes de tocar teclado, Frank Mertens, também tecladista, e o vocalista Marian Gold, formaram um trio inicialmente chamado Forever Young. Unidos pela paixão pelo city pop, começaram a compor e a preparar um repertório para lançar um álbum completo. O trio fez seu primeiro show em dezembro de 1982, atraindo uma multidão, apesar do uso de sintetizadores e letras em inglês não ser comum na Alemanha naquela época. Esse primeiro show de sucesso foi o impulso que eles precisavam para seguir adiante.

Logo após o show, gravaram uma demo em um estúdio improvisado em um porão, utilizando apenas alguns sintetizadores monofônicos. Apesar das limitações, esse foi o ponto de partida para suas primeiras composições. Pouco tempo depois, mudaram o nome para Alphaville, inspirados no filme de ficção científica francês de 1965 com o mesmo nome. No final de 1983, já como Alphaville, conseguiram um contrato de gravação e começaram a trabalhar em seu primeiro álbum.

Lançamento e Sucesso Inicial

O álbum de estreia, “Forever Young”, foi lançado em 27 de setembro de 1984, com produção musical de Colin Pearson. Este álbum, ao mesmo tempo simples e enigmático, apresentou ao mundo lindas melodias e uma aura misteriosa. O sucesso foi imediato, gerando hits como “Big in Japan” e “Sounds Like a Melody”.

“Forever Young” foi gravado utilizando uma variedade de equipamentos eletrônicos, incluindo baterias eletrônicas como Roland TR-808 e a LinnDrum LM-1, além de sintetizadores modulares como o Roland System 100m e o Moog Polymoog. A utilização desses instrumentos foi fundamental para criar o som característico da banda, que combinava elementos do pop com uma sensibilidade futurista e melancólica.

A Criação de “Forever Young”

Originalmente, “Forever Young” tinha um ritmo mais acelerado, o que incomodava o trio. A gravação foi interrompida enquanto a banda decidia o que fazer com a canção. Foi o produtor Andreas Budde quem sugeriu transformá-la em uma balada, resultando na versão que conhecemos hoje. A canção foi composta durante o clima tenso da década de 80, marcada pela Guerra Fria, sensação de instabilidade e possibilidade de um grande conflito nuclear a qualquer momento. De certa forma, a canção retrata a necessidade de viver a vida ao máximo e aproveitar cada momento como se fosse o último, já que o futuro é incerto.

A ideia de ser eternamente jovem não se limita apenas à juventude física, mas também a um estado mental e de espírito. Quando se é jovem, os sonhos, a liberdade, a coragem e as atitudes estão bem presentes. À medida que envelhecemos, muitas vezes deixamos de sonhar e perdemos as qualidades que nos tornam únicos. “Forever Young” toca profundamente nessa dualidade e na busca pelo sentido da vida.

Desafios e Mudanças

Apesar do sucesso inicial, a jornada não foi fácil. Após o lançamento e o sucesso do álbum, o tecladista Frank Mertens deixou a banda e foi substituído por Ricky Echolette. Em 1986, Alphaville lançou seu segundo álbum, “Afternoons in Utopia”, que chegou ao top 20 em cinco países europeus. Em 1989, lançaram o terceiro álbum, “The Breathtaking Blue”, que marcou uma mudança significativa no som da banda, incorporando elementos do pop, jazz e rock, com a colaboração do mestre dos sintetizadores, Klaus Schulze.

Legado e Influência

“Forever Young” foi apresentada em vários filmes, como “Listen to Me” (1989), “Napoleon Dynamite” (2004) e “1987” (2014), demonstrando sua duradoura influência cultural. Com uma trajetória de 8 álbuns de estúdio, um álbum ao vivo e 6 álbuns de compilação, Alphaville continua a ser relevante. Em 23 de setembro de 2022, lançaram o álbum sinfônico, reafirmando seu legado na música pop.

Conclusão

Esta foi a parte histórica desse episódio. Na segunda parte, vamos isolar cada instrumento e voz da clássica canção “Forever Young”.

 



Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *