Mesmo antes do surgimento do black metal e suas histórias controversas, já existiam lendas urbanas envolvendo os pioneiros do rock no Brasil. Entre essas histórias, destaca-se a relação de Raul Seixas com os ensinamentos de Aleister Crowley, que foram diluídos em várias de suas composições. No entanto, uma das mais intrigantes e antigas lendas do rock é a de Robert Johnson, cuja vida foi envolta em mistérios e supostos pactos sobrenaturais.
Raul Seixas e Aleister Crowley
Raul Seixas, uma figura icônica do rock brasileiro, incorporou elementos dos ensinamentos de Aleister Crowley em suas músicas, criando uma aura mística ao seu redor. A filosofia de Crowley, conhecida por sua excentricidade e misticismo, influenciou canções de Raul como “Sociedade Alternativa”, que prega a liberdade absoluta do ser humano. Essa influência adicionou uma camada de mistério e profundidade às suas composições, fascinando fãs e críticos.
A Lenda de Robert Johnson
Robert Johnson, uma das figuras mais enigmáticas do blues, nasceu entre 1909 e 1912 em Hazlehurst, Mississippi. Filho de lavradores, Robert começou a se dedicar à música desde cedo, tocando em bares locais aos 16 anos. Suas letras, carregadas de angústia e dor, refletiam as dificuldades da vida durante a Grande Depressão e as injustiças sociais da época.
Vida e Música
As composições de Robert Johnson, embora poucas – pouco mais de 20 canções – são ricas em temas de desespero, solidão e encontros com forças sobrenaturais. Músicas como “Me and the Devil Blues” sugerem um contato com o demônio, uma temática que alimentou a lenda de que Johnson teria feito um pacto com o diabo para ganhar habilidades musicais extraordinárias. Em suas performances, ele frequentemente tocava de costas para a plateia, o que muitos interpretaram como um gesto para esconder seus segredos musicais ou para evocar espíritos.
O Pacto com o Diabo
A história mais famosa sobre Robert Johnson é a de seu suposto pacto com o diabo, realizado no cruzamento das rodovias 61 e 49 em Clarksdale, Mississippi. A lenda conta que Johnson, frustrado com suas habilidades musicais, buscou um mestre de voodoo e vendeu sua alma em troca de um talento inigualável no violão. Após esse suposto pacto, seu sucesso foi imediato, mas sua vida foi tragicamente curta. Johnson morreu em 16 de agosto de 1938, de forma misteriosa, aos 27 anos, alimentando a especulação de que o diabo teria vindo cobrar sua dívida.
Morte e Legado
A morte de Robert Johnson é envolta em mistério, com teorias variando desde envenenamento por um marido ciumento até complicações de sífilis. Independentemente da causa, sua morte aos 27 anos o tornou um dos primeiros membros do infame “Clube dos 27”, um grupo de músicos que morreram tragicamente nessa idade.
Realidade vs. Mito
Apesar das lendas, há explicações mais mundanas para o sucesso de Robert Johnson. Após ser expulso por seus mentores, Johnson desapareceu por quase dois anos, retornando com habilidades musicais aprimoradas, provavelmente devido ao estudo intensivo com outros músicos talentosos. Seu hábito de tocar de costas, na verdade, era uma maneira de proteger suas técnicas de serem copiadas.
As histórias de Raul Seixas e Robert Johnson mostram como o rock e o blues estão impregnados de mitos e lendas que enriquecem a narrativa musical. Enquanto Raul Seixas trouxe o misticismo de Aleister Crowley para o rock brasileiro, Robert Johnson deixou um legado eterno no blues, marcado por sua música e pelas histórias de seu pacto com o diabo. Essas figuras continuam a fascinar e inspirar gerações, provando que a música é, de fato, uma força poderosa capaz de transcender o tempo e as realidades.
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