Roan é a nova força do pop, quebrando barreiras como artista queer e redefinindo a música pop com autenticidade e hinos cativantes.
Roan, a estrela emergente de 26 anos, não é apenas uma artista pop em ascensão; ela é um movimento. Com suas letras provocativas, sonoridade crua e estética vibrante, a cantora explodiu na cena musical, redefinindo o conceito de estrela pop no século 21. Seu álbum de estreia, lançado em 2023, surpreendeu ao alcançar o topo das paradas no Reino Unido, seguido por uma indicação a seis Grammys, incluindo Melhor Novo Artista. Mas como uma jovem do Missouri tornou-se a nova face do pop? E o que sua jornada revela sobre a evolução do cenário musical?
De Willard ao Topo do Mundo
Roan nasceu Kayleigh Rose Amstutz em Willard, Missouri, uma cidade profundamente enraizada nos valores tradicionais do Cinturão Bíblico. Desde jovem, sua trajetória parecia apontar para o esporte, mas um concurso de canto aos 13 anos mudou tudo. Foi nesse momento que Roan percebeu sua paixão pela música, uma paixão que foi cultivada pelo apoio inabalável de seu avô, Dennis K. Chappell. O nome artístico “Roan” é uma homenagem direta a ele e à música “The Strawberry Roan”, uma das favoritas de Chappell.
Apesar de obstáculos financeiros e culturais, Roan encontrou na música um espaço para explorar sua identidade e voz criativa. Essa jornada, que começou com composições introspectivas sobre paixões adolescentes, eventualmente culminou em uma sonoridade única que mistura hinos queer dançantes com influências do pop gótico.
O Poder de “Pink Pony Club”
Após ser descoberta pela Atlantic Records aos 17 anos, Roan lançou o EP School Nights em 2017. Ainda em busca de sua identidade musical, foi em Los Angeles que ela encontrou inspiração em um bar de drag queens em West Hollywood. Dessa experiência nasceu Pink Pony Club, uma música que marcou um divisor de águas em sua carreira. Embora sua gravadora inicial tenha hesitado em lançar a faixa, temendo que ela não se conectasse com o público mainstream, Pink Pony Club tornou-se um hino LGBTQIA+ e solidificou sua base de fãs.
“Foi nesse momento que percebi que podia ser uma estrela pop sem sacrificar quem eu sou”, declarou Roan em entrevista. Essa afirmação define sua carreira: uma constante rejeição das normas impostas pela indústria musical e pela sociedade.
Rejeição, Superação e Reinvenção
Quando a pandemia de COVID-19 resultou em cortes de custo na gravadora, Roan foi dispensada. Forçada a retornar ao Missouri, ela trabalhou em uma loja de donuts para se sustentar enquanto continuava a escrever músicas. Apesar dos desafios, Roan não se deixou abater. Usando suas economias, ela voltou a Los Angeles e se uniu ao produtor Daniel Nigro, conhecido pelo trabalho com Olivia Rodrigo. Juntos, criaram o álbum que mudaria sua carreira.
O álbum de estreia de Roan, lançado em setembro de 2023, foi inicialmente recebido com vendas modestas, mas seu impacto foi amplificado pelas apresentações ao vivo. A performance no Coachella 2024, onde dedicou uma música a um ex de forma provocativa, foi um momento viral que catapultou sua carreira para um novo patamar.
A Nova Face do Pop e o Papel da Identidade
Roan é a primeira estrela pop feminina abertamente queer a alcançar o sucesso mainstream antes de se “assumir” publicamente, quebrando barreiras no gênero. Isso representa uma mudança na narrativa musical, onde artistas não precisam mais esconder quem são para alcançar sucesso comercial. Sua música é uma celebração de identidade, resistência e autenticidade, encapsulando temas que ressoam profundamente com uma nova geração de ouvintes.
A artista também não hesita em enfrentar os desafios da fama. Roan já foi criticada por sua postura assertiva em eventos públicos, incluindo uma viralizada explosão contra fotógrafos abusivos no MTV Awards. “Eu sou treinada para ser obediente”, disse ela em entrevista recente. “Mas, às vezes, ser obediente significa silenciar sua própria voz. E eu me recuso a fazer isso.”
O Futuro de Roan
Com sua popularidade em ascensão, Roan encara a próxima fase de sua carreira com confiança. Recentemente, ela apresentou músicas inéditas, como The Subway e The Giver, sugerindo que seu segundo álbum será mais festivo e menos melancólico. “É tão bom festejar”, disse ela. Além disso, ela está programada para ser a atração principal de grandes festivais como Primavera Sound e Reading & Leeds.
Roan também usa sua plataforma para promover discussões importantes sobre saúde mental e o impacto do sucesso na vida pessoal. “O sucesso e o fracasso estão fora do meu controle”, reflete ela. “Meu objetivo é permanecer fiel ao meu coração.”
Roan não é apenas uma estrela pop; ela é uma força transformadora na música contemporânea. De sua criação no Missouri ao estrelato global, sua história é uma prova do poder da autenticidade e da resiliência. Em uma era onde a música pop muitas vezes é criticada por sua homogeneidade, Roan traz frescor e coragem, redefinindo o que significa ser uma estrela.