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Evanescence: Uma Jornada do Arkansas ao Mundo

Evanescence: uma jornada do Arkansas ao mundo. Explore a história da banda, seus sucessos e influências no cenário musical.

O ano era 2003, os jovens usavam bermudões abaixo do joelho e meiões até o meio da canela. E ainda sonhava em ter um estiloso Puma Suede. 

Eram os bons tempos do nu metal, também conhecido como new metal ou alternativo. 

Até que um dia, você ligou na MTV e eles estavam lá. Depois disso era top 10 rolando, e, você ligava na rádio e também estavam lá. 

Eis que surge uma menininha de 14 anos com uma camiseta maior que o corpo e um rosto feminino na estampa. 

Chegava em casa para pesquisar no Emule o nome da banda, baixar o som e lá estava Evanescence.

Evanescence começou ainda nos anos 90, quando Amy Lee, com 13 anos, e Ben Moody, com 14, se conheceram em um acampamento para jovens da igreja, no Arkansas. Ben contou em algumas entrevistas que estava assistindo a um jogo de basquete da turma, sentado na arquibancada de um ginásio. 

Do outro lado da quadra, havia um palco, de onde ele conseguiu ouvir Amy cantando e tocando no piano a introdução da música “I’d Do Anything For Love” de Meat Loaf.

Ben foi falar com ela, e depois de se apresentarem e conversarem um pouco, Amy mostrou a ele algumas músicas autorais que havia produzido. 

Minutos depois, já estavam tocando juntos. Na mesma hora, Ben falou: “Vamos montar uma banda, a gente tem o mesmo gosto musical.” Os primeiros sons gravados foram “Give Unto Me” e “Understanding”.

Meu primeiro contato com a banda também aconteceu de forma semelhante. Estava em um show, com uma camiseta do Slipknot, fiz amizade com alguns caras e, depois de um tempo, montamos uma banda. 

Como todo primeiro moleque com uma banda, as primeiras composições eram toscas. Uma das primeiras músicas escritas por Amy e Ben foi “Understanding”, que depois definiram em entrevistas como um “gótico tosco de 7 minutos”. Normalmente, as primeiras tentativas são sempre horrorosas.

De repente, uma estação de rádio local resolveu tocar essas primeiras faixas. Com isso, Evanescence começou a criar certa reputação entre a molecada. 

Eles ficaram populares em Little Rock, cidade natal deles, mas ninguém conseguia saber quem eram, pois nunca haviam feito apresentações ao vivo. Isso porque a banda era apenas Amy e Ben, já que não conseguiam pagar outros músicos.

Amy cuidava dos vocais e piano, enquanto Ben fazia o resto: baixo, arranjos eletrônicos e riffs de guitarra. O primeiro trabalho deles foi um EP auto-intitulado de 1998, um CD-ROM com edição limitada de 100 cópias, produzido pela Bigwig Enterprises. Esgotou na hora durante o primeiro show.

Com o tempo, David Hodges entrou na banda para tocar bateria. Boa parte das músicas que compõem o álbum “Fallen” foram feitas com a ajuda dele. Antes disso, lançaram “Origin”, que continha várias músicas que iriam para o “Fallen” no futuro. Nas gravações do “Origin”, David largou as baquetas para se concentrar no piano e teclados. Contudo, ele não durou muito tempo na banda e saiu.

Com dinheiro suficiente para pagar bons músicos, Evanescence passou a ser formado por Rocky Gray, John LeCompt e William Boyd, todos com vasto histórico em outros projetos. Durante as gravações do “Fallen”, o disco que revelou a banda ao mundo, tiveram participações especiais como Josh Freese (Guns N’ Roses, A Perfect Circle) e Francesco DiCosmo (Thin Lizzy). Com esses nomes, o disco não tinha como não explodir. Em 2003, mudou a vida de muitas meninas que se tornaram “proto góticas” do dia para a noite. E aí, você foi uma delas?

“Fallen” inspirou e influenciou várias gurias pelo Brasil, principalmente pelo visual descolado, misturando o gótico e elementos do nu metal. Além do visual, influenciou muitas meninas a formarem bandas, seguindo os passos de Amy. Amy tinha uma potência vocal impressionante, herdada do pai, envolvido com rádio. 

Lançado na terra do tio Sam em 4 de março de 2003, o álbum “Fallen” já chegou pegando o terceiro lugar na Billboard 200, vendendo 1.8 milhões de cópias até o final de junho daquele ano. 

“Bring Me to Life” alcançou o quinto lugar na lista Hot 100. O disco também entrou para os top 5 na parada de álbuns europeus e, duas semanas depois, virou número um, mantendo a posição por duas semanas consecutivas. O negócio era um fenômeno.

Muito se especula que a saída de Ben se deu por uma relação abusiva entre ele e Amy. Mas o fato é que, após sua saída, ele fundou outra banda, We Are the Fallen. A vida seguiu, e Evanescence lançou “The Open Door”, sombrio e pesado, que também pegou o topo da Billboard 200.

“Fallen” foi provavelmente o disco mais bem-sucedido comercialmente, alcançando um grande número de pessoas pelo mundo. Infelizmente, os álbuns seguintes não atingiram o mesmo patamar, o que é uma pena, pois a banda é excelente. Em 2008, Evanescence ganhou um Grammy por “Sweet Sacrifice”, mas continuaram passando por várias mudanças.

Assumindo os postos vagos, seguiram em frente e lançaram singles como “Together Again”. Esse período foi conturbado, com brigas com a gravadora Wind-up, afetando os contratos da banda e da carreira solo de Amy. Um novo disco só veio cinco anos depois, o auto intitulado “Evanescence”, com nova formação.

“Synthesis”, o álbum seguinte, é mais conceitual, explorando horizontes da música eletrônica unida à sonoridade tradicional da banda. E por fim, “The Bitter Truth” saiu em 2021, mostrando que a banda envelheceu muito bem. Mesmo não sendo um grande fã, tenho que admitir isso. Assim como muitas bandas dos anos 2000, Evanescence mostrou o rock para muitos jovens, tirando-os de outros universos musicais.

E você, foi um desses jovens? Comente aqui embaixo e me diga qual é o seu disco preferido da banda.

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