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Motley Crüe: Uma Jornada Através da Excessiva Vida do Glam Metal

O cenário do metal extremo frequentemente torce o nariz para o glam metal. No entanto, é inegável que bandas de glam como o Motley Crüe viveram intensamente o espírito do rock and roll. Enquanto os puristas do metal se reuniam em pequenos clubes, mergulhados em fitas cassete raras de bandas obscuras, os shows de glam estavam cheios de energia, perfume adocicado e um visual extravagante.

Motley Crüe é um dos exemplos mais icônicos desse estilo de vida. Formada em 1981, a banda foi um verdadeiro símbolo do excesso, vivendo um estilo de vida hedonista e frequentemente chocante, tanto dentro quanto fora dos palcos.

Formação e Ascensão

A jornada do Motley Crüe começou em Los Angeles, com Nikki Sixx, que havia deixado a banda London, e Tommy Lee, que havia tocado na banda Suíte 19. Eles se uniram a Mick Mars, guitarrista veterano da banda White Horse, e a Vince Neil, vocalista da Rock Candy. Com essa formação, lançaram seu primeiro álbum, *Too Fast for Love*, em 1981. Este álbum, repleto de energia crua e uma estética suja, atraiu a atenção da Elektra Records, que remasterizou e relançou o disco, catapultando a banda para uma turnê nacional.

O Estilo de Vida Excessivo

A fama trouxe consigo um comportamento excessivo e frequentemente autodestrutivo. A banda ficou conhecida por suas festas selvagens, abuso de substâncias e comportamentos extremos. Um dos incidentes mais bizarros envolveu Ozzy Osbourne, que durante uma turnê conjunta, supostamente cheirou uma linha de formigas após ficarem sem cocaína.

Competições Bizarros e Hábitos Higiênicos Questionáveis

A vida na estrada com o Motley Crüe era repleta de comportamentos chocantes. Em uma competição para ver quem conseguia ficar mais tempo sem tomar banho, Tommy Lee saiu vitorioso, aguentando dois meses sem higiene pessoal. A sua falta de higiene resultou em problemas de saúde para algumas das groupies que frequentavam os bastidores.

Escândalos e Tragédias

O comportamento excessivo da banda não era apenas uma fachada. Em 1984, Vince Neil se envolveu em um acidente de carro fatal, matando o baterista da banda Hanoi Rocks, Razzle. Neil foi condenado por homicídio culposo e cumpriu pena, o que trouxe uma trágica realidade para o estilo de vida aparentemente glamoroso da banda.

Nikki Sixx também teve sua cota de tragédias. Em 1986, sofreu uma overdose quase fatal. Após ser reanimado por paramédicos, ele voltou para casa e, incrivelmente, preparou outra dose de heroína.

Conflitos e Violência

Os membros do Motley Crüe não apenas lutavam contra seus próprios demônios, mas também frequentemente entravam em conflito uns com os outros. Um incidente notável envolveu Nikki Sixx, que, ao ver uma mulher sendo assediada, confrontou os agressores. Quando um dos homens o insultou, Sixx reagiu violentamente, resultando em uma briga.

Influência Cultural e Legado

Apesar dos comportamentos escandalosos, o Motley Crüe deixou um legado duradouro no mundo da música. Eles são frequentemente citados como uma das bandas mais influentes do glam metal, e sua música continua a ressoar com novas gerações de fãs. Álbuns como *Shout at the Devil*, *Theatre of Pain*, e *Dr. Feelgood* são considerados clássicos, e canções como “Girls, Girls, Girls” e “Kickstart My Heart” ainda são tocadas em rádios e em shows.

A banda também teve um impacto significativo na cultura popular, inspirando filmes, livros e séries de TV. O filme biográfico *The Dirt*, lançado pela Netflix, detalha a vida excêntrica e os altos e baixos da banda, mostrando tanto o glamour quanto as sombras da sua trajetória.

Em comparação com os seguidores do metal extremo, que muitas vezes se orgulham de sua pureza musical e integridade, o Motley Crüe representa o lado mais hedonista e excessivo do rock and roll. Suas histórias de excessos são tão lendárias quanto sua música, e, embora muitas vezes sejam vistas com desprezo pelos puristas do metal, é inegável que eles viveram o rock and roll de uma maneira que poucos se atreveram.

Portanto, ao olhar para trás na história do glam metal, é importante reconhecer que, apesar de suas falhas e excessos, bandas como o Motley Crüe capturaram um espírito de rebeldia e hedonismo que é uma parte integral do DNA do rock and roll. Suas histórias podem ser chocantes, mas elas são também um testemunho da intensidade com que viveram suas vidas e da paixão que trouxeram para sua música. 

Em última análise, a controvérsia e o caos que cercam o Motley Crüe são parte do que os torna tão fascinantes. Eles não apenas tocaram música; eles viveram cada dia como se fosse o último, deixando um legado que, para o bem ou para o mal, continua a inspirar e a intrigar fãs em todo o mundo.

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