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O Apelo Duradouro da Franquia “Planeta dos Macacos” nos Quadrinhos

Explore a trajetória dos quadrinhos “Planeta dos Macacos”, desde a estreia em 1968 até a nova minissérie da Marvel, “Queda do Homem”, de 2023.

Desde o lançamento do romance de 1963 do autor francês Pierre Boulle, a franquia “Planeta dos Macacos” conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo. Popularizada no audiovisual com o filme homônimo de 1968, a série expandiu seu universo para diversas mídias, incluindo os quadrinhos. Curiosamente, a primeira adaptação em quadrinhos foi uma obra japonesa chamada Saru no Wakusei, lançada no mesmo ano do filme original. 

As Primeiras Incursões nos Quadrinhos

No ocidente, a estreia nas HQs aconteceu em 1970 com uma adaptação do segundo filme, De Volta ao Planeta dos Macacos, publicada pela Gold Key Comics. No entanto, foi apenas em 1974, após o lançamento dos cinco filmes clássicos da série e durante a exibição da série live-action, que a Marvel Comics realizou um esforço concentrado para criar uma publicação consistente. Eles lançaram uma revista em preto e branco de grande formato, que escapava das restrições do Comics Code e incluía tanto histórias originais quanto adaptações dos filmes, além de artigos e curiosidades sobre a franquia. Esse esforço perdurou até 1977, quando o interesse pela série começou a diminuir.

Revivals e Novas Adaptações

Nos anos seguintes, a franquia teve algumas publicações esparsas, como as lançadas pela Malibu Comics nos anos 90 e pela Dark Horse Comics em 2001, coincidentemente com o reboot de Tim Burton. O verdadeiro retorno dos quadrinhos da franquia ocorreu em 2011, com o início do segundo reboot cinematográfico dirigido por Rupert Wyatt. 

A BOOM! Studios assumiu a produção das HQs, publicando diversas séries até que, em 2019, a Disney comprou a Fox e os direitos da franquia retornaram à Marvel Comics. Em 2023, a Marvel lançou Queda do Homem, a primeira nova minissérie desse universo, seguida de Beware of the Planet of the Apes, ambientada no universo dos filmes originais.

Análise da Minissérie “Queda do Homem”

A minissérie *Queda do Homem*, composta por cinco edições, narra duas histórias paralelas aos eventos de Planeta dos Macacos: A Origem e Planeta dos Macacos: O Confronto, evitando, porém, o uso direto de personagens estabelecidos nesses filmes, permitindo maior liberdade criativa. A trama principal acompanha Juliana Tobon, uma soldado que pode se comunicar com os símios usando linguagem de sinais, habilidade adquirida devido à sua irmã mais nova. 

Ela lidera uma missão para transportar símios da Ásia para o Centro de Controle de Doenças em Atlanta, EUA, enfrentando a oposição do Exercitus Vitri, um grupo radical humano que culpa os símios pela epidemia que dizimou grande parte da população mundial.

Enquanto Juliana conduz sua missão, o roteiro de David F. Walker expande o panorama mundial do conflito, com cenas na África, Suíça, e outras localidades, proporcionando uma visão mais ampla da “queda do homem” e da “ascensão dos símios”. A partir da segunda edição, uma história secundária sobre Pug, um gorila inteligente que lidera símios na Europa, complementa a narrativa principal, trazendo uma perspectiva fascinante e independente.

A arte de Dave Wachter (com Andy MacDonald ilustrando as edições #4 e #5) é eficaz e bonita, ajudando a dar fluidez à narrativa complexa e multitemporal de Walker. No entanto, assim como o roteiro, a arte parece excessivamente vinculada ao estilo visual dos filmes, limitando a criatividade que poderia ter sido mais explorada, especialmente na história de Pug, que se destaca pela liberdade visual e narrativa.

Queda do Homem, apesar de restrita ao universo da trilogia reboot de 2011, funciona como uma expansão interessante da mitologia dos filmes. Embora tenha faltado mais ousadia e liberdade, é compreensível que a Marvel Comics opte por um começo cauteloso e familiar. 

Espera-se que futuras minisséries explorem histórias mais independentes, com personagens símios bem desenvolvidos dividindo o protagonismo com os humanos. Uma continuação da história de Pug, por exemplo, seria muito bem-vinda e certamente enriqueceria ainda mais esse vasto e fascinante universo.

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