O ano de 1975 foi verdadeiramente um marco na história da música. Embora o Brasil estivesse atravessando um período sociopolítico tenso, com o regime militar em vigor, a música brasileira vivia uma efervescência criativa que refletia essa realidade de maneira única. Enquanto isso, no cenário internacional, os artistas estavam desafiando as convenções e experimentando novas sonoridades que logo se tornaram fundamentais para o desenvolvimento de inúmeros gêneros musicais. Se você está em busca de compreender o legado musical de 1975 e sua relevância para a música de hoje, uma boa maneira de fazer isso é revisitar os discos lançados nesse ano. Em 2025, muitos desses álbuns celebram 50 anos, e sua influência é tão profunda quanto nunca.
Esses álbuns não apenas definiram o que a música poderia ser, mas também abriram portas para novas expressões, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Quando olhamos para 1975, vemos um ano de experimentações audaciosas e de fusões de gêneros que ajudaram a pavimentar o caminho para a música contemporânea. O rock progressivo estava em seu auge, a música pop estava se tornando mais expansiva e as cenas de música soul e funk estavam em plena ascensão. Neste artigo, vamos explorar 20 discos de 1975 que não só resistem ao teste do tempo, mas também continuam a influenciar gerações de músicos e ouvintes.
1. Di Melo – Di Melo (14 de Janeiro)
Este álbum homônimo de Di Melo é um dos maiores marcos da música brasileira de todos os tempos. Lançado no auge do regime militar, a obra mistura funk, soul e samba, com letras que exploram tanto o cotidiano quanto a crítica social. O álbum pode ter sido ofuscado pela repressão política, mas a sua visão musical tem sido redescoberta nas últimas décadas e continua a ser uma referência fundamental.
2. Bob Dylan – Blood on the Tracks (20 de Janeiro)
Bob Dylan atingiu um dos seus picos criativos com Blood on the Tracks. Este álbum é uma obra-prima de introspecção, com Dylan explorando os temas da perda, do amor e da tragédia. Seus versos profundos e sua habilidade de capturar a essência da emoção humana o tornaram um dos discos mais celebrados da história do rock.
3. Rush – Fly by Night (15 de Fevereiro)
O segundo álbum do Rush marca a transição do grupo para uma sonoridade mais complexa e progressiva. “Fly by Night” apresenta uma fusão de hard rock e rock progressivo, e a entrada de Neil Peart como baterista e letrista fez com que o Rush encontrasse seu som definitivo. Este é um disco que mudaria o futuro da banda e do gênero.
4. Led Zeppelin – Physical Graffiti (24 de Fevereiro)
Physical Graffiti é considerado por muitos como o ápice da carreira do Led Zeppelin. Com uma produção grandiosa e uma mistura de estilos que vão do blues ao rock psicodélico, o álbum é um marco do hard rock e do rock progressivo. Faixas como “Kashmir” e “Stairway to Heaven” continuam a ser celebradas como alguns dos maiores momentos da música rock.
5. Earth, Wind & Fire – That’s the Way of the World (03 de Março)
Com esse disco, Earth, Wind & Fire consolidou-se como uma das bandas mais influentes do soul e do funk. A faixa-título, juntamente com outras como “Shining Star”, se tornaram hinos das pistas de dança e ajudaram a formar a base do disco e do funk da década de 1970.
6. David Bowie – Young Americans (07 de Março)
Em Young Americans, Bowie fez uma transição marcante para a música soul e funk, abandonando o estilo glam rock que o havia consagrado. O álbum é uma obra carregada de energia, com letras que exploram a identidade americana e suas contradições. “Fame”, uma das faixas do álbum, se tornaria um dos maiores sucessos da carreira de Bowie.
7. ABBA – ABBA (21 de Abril)
Com este álbum, o ABBA consolidou-se como uma das maiores bandas de pop da história. As canções do álbum, como “Mamma Mia” e “SOS”, são exemplares da capacidade do grupo de mesclar melodia cativante e arranjos impecáveis. O ABBA não apenas dominou as paradas de sucesso, mas também ajudou a definir o som do pop na década de 1970.
8. Elton John – Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy (23 de Maio)
Este álbum é considerado por muitos como uma das maiores realizações de Elton John. A obra-prima é uma narrativa autobiográfica que mistura o rock com o glam e um toque de psicodelia. A faixa “Someone Saved My Life Tonight” é uma das mais emocionantes de sua carreira.
9. Rita Lee & Tutti Frutti – Fruto Proibido (30 de Junho)
Rita Lee, juntamente com o grupo Tutti Frutti, lançou Fruto Proibido, um dos discos mais importantes da música brasileira. Ao misturar rock, MPB e psicodelia, Rita Lee conseguiu criar uma sonoridade única que reverberam em gerações futuras de músicos brasileiros.
10. Fleetwood Mac – Fleetwood Mac (11 de Julho)
O álbum homônimo de Fleetwood Mac, lançado em 1975, marcou o início de uma nova fase para a banda. A adição dos membros Stevie Nicks e Lindsey Buckingham trouxe uma nova dinâmica ao som do grupo, resultando em um álbum mais pop e acessível. “Rhiannon” e “Landslide” se tornaram hinos da banda, que mais tarde se tornaria uma das maiores do rock mundial.
11 The Rolling Stones – Metamorphosis
Lançado em junho de 1975, Metamorphosis é uma coleção de faixas raras e alternativas que não chegaram a ser incluídas em álbuns anteriores dos Rolling Stones. Embora seja uma compilação, ela apresenta o espírito inovador da banda nos anos 70.
12 Queen – A Night at the Opera
Este disco icônico, lançado em 28 de novembro de 1975, é um marco não apenas na carreira do Queen, mas na história do rock em geral. A Night at the Opera inclui a lendária “Bohemian Rhapsody” e mostra a ousadia e a criatividade do grupo britânico ao misturar rock, ópera e música clássica.
13 The Clash – The Clash (UK Release)
Embora tenha sido lançado no Reino Unido em 1977, a versão americana do álbum só saiu em 1979. Contudo, se você olhar para a inovação do punk rock que surgiu em 1975 com lançamentos como esse, é difícil não ver sua importância no cenário musical que surgiria nos anos seguintes.
14 David Bowie – Young Americans
Lançado em março de 1975, Young Americans é o álbum de Bowie que apresenta uma fusão de soul, funk e pop, com o icônico single “Fame”. Este álbum é fundamental para entender a transformação do artista na década de 1970.
15 War – Why Can’t We Be Friends?
Lançado em 1975, Why Can’t We Be Friends? mistura funk, rock e soul, e é famoso por faixas como a do álbum. A música “Low Rider” também se tornou um clássico que ressoou por décadas.
16 Billy Joel – Streetlife Serenade
Lançado em 1975, este álbum marca a consolidação de Billy Joel como uma estrela em ascensão. Com faixas como “The Entertainer”, ele começa a se estabelecer como um dos maiores nomes do pop e do rock.
17 Kiss – Alive!
Em setembro de 1975, o Kiss lançou Alive!, um álbum ao vivo que capturou a energia e o entusiasmo de sua performance no palco. Este disco ajudou a consolidar a fama da banda no cenário global.
O Legado dos Discos de 1975
A música de 1975 foi marcada pela busca por novos caminhos sonoros, pela fusão de gêneros e pela experimentação. Ao olhar para esses discos que completam 50 anos em 2025, vemos que, embora os tempos tenham mudado, a influência dessas obras continua a ser sentida. Esses álbuns não apenas capturaram o espírito de sua época, mas também moldaram o som de décadas seguintes, servindo de base para a música contemporânea. Desde o rock progressivo até a disco music, passando pela MPB, o ano de 1975 foi um campo fértil para inovações que ainda reverberam hoje.
Esses discos também marcaram uma era de transições e rupturas. Em muitos sentidos, 1975 foi um ponto de inflexão para a música mundial. Bandas e artistas estavam se reinventando, abandonando sonoridades antigas e explorando novos territórios. Com isso, criaram obras que não apenas resistem ao teste do tempo, mas continuam a influenciar novos artistas e gerar redescobertas. Para quem já conhece essas obras, 2025 será uma oportunidade de revisitar esses discos clássicos com um olhar renovado, e para os que ainda não tiveram contato com essas pérolas da música, 2025 oferece a chance de descobrir um dos períodos mais criativos da história da música mundial.