Explore a era de ouro do Indie! Da ascensão em Nova York aos novos ares australianos, descubra a evolução do som independente.
O indie rock, apesar de ter suas raízes associadas ao surgimento do metal ou do new wave, alcançou sua notoriedade na última década, apresentando continuamente novos e relevantes nomes.
Embora o termo “indie” tenha tido origens modestas, inicialmente utilizado para designar bandas que dependiam de selos menores para a produção e distribuição de seus discos, ao longo dos anos 80 algumas dessas bandas conseguiram transcender essas limitações e levar sua estética a um público mais amplo.
A evolução do termo “indie” foi marcada por uma falta de uniformidade em sua aplicação. Por exemplo, nos anos 80, bandas como The Smiths e Sonic Youth eram rotuladas como “indie rock”, embora seus estilos fossem notavelmente distintos.
Inicialmente, o termo era empregado de forma genérica para categorizar tudo que fosse considerado alternativo.
A virada no final dos anos 90 e início dos anos 2000 testemunhou o surgimento de bandas notavelmente semelhantes, todas provenientes do mesmo lugar e período, Nova York, 2001-2002.
A influência cultural da cidade, berço dos Ramones e Talking Heads, foi fundamental para bandas como Interpol e The Strokes. A estética despojada, o clima introspectivo e, é claro, a atitude descontraída, aliados ao respaldo de Julian Casablancas, contribuíram para impulsionar o rock alternativo moderno.
Além do som, a cena baseava-se em performances cativantes e, claro, em uma certa despreocupação. O sucesso dessas bandas levou os Estados Unidos a liderar as novas tendências do rock, contrastando com o reinado do Reino Unido nos anos 90, que testemunhou o surgimento do britpop.
A primeira fase do indie rock tinha uma abordagem urbana, com letras sobre aspectos cotidianos e riffs rápidos, mas não excessivamente pesados.
No final dos anos 90, bandas como Muse e The White Stripes surgiram, mas o som ainda mantinha uma primitividade ligada ao garage rock. Contudo, essas bandas também abraçaram a identidade do indie rock posteriormente.
Após o sucesso nos Estados Unidos, o Reino Unido viu uma nova onda de bandas, como The Libertines, que adotavam uma estética mais festiva, afastando-se do aspecto introspectivo de suas contrapartes nova-iorquinas.
O cenário britânico se diversificou, enquanto nos EUA novas bandas começavam a explorar diferentes estéticas, como o Arcade Fire do Canadá, trazendo um pop épico, e o LCD Soundsystem, que revisitou os anos 80.
O ápice do indie rock no Reino Unido ocorreu em 2004-2005, com bandas como Franz Ferdinand e Kaiser Chiefs. Enquanto nos Estados Unidos, o cenário continuou a evoluir, incorporando influências diversas e dando espaço a bandas como Vampire Weekend e The Killers.
A década atual trouxe novos ares ao som do indie rock, quebrando a hegemonia dos EUA e do Reino Unido. Bandas australianas, como Tame Impala e Courtney Barnett, ganharam destaque, enquanto a presença feminina no gênero se fortaleceu com artistas como Snail Mail e Julien Baker.
O indie rock de hoje é muito diferente do dos anos 2000, o que é positivo, pois afasta a possibilidade de saturação. O Arctic Monkeys, por exemplo, distanciou-se do som que os tornou famosos, e as novas bandas continuam a inovar organicamente, conquistando mais fãs e contribuindo para a diversidade do gênero.
A busca pela música, independente do estilo, prevalece como o aspecto mais importante, garantindo que os fãs de rock não fiquem presos a uma única sonoridade. O indie rock, ao longo dos anos, manteve sua relevância, reinventando-se constantemente e dialogando com diferentes estilos musicais.