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Explorando “Kashmir”: A Jornada Musical do Led Zeppelin

Explore a história e a magia de ‘Kashmir’ do Led Zeppelin: a composição épica, sua criação, influências e legado musical.

Se há algo que o Led Zeppelin sabe fazer é criar músicas que ressoam além das fronteiras físicas e culturais. Assim como a banda Toto escreveu “África” em 1981 sem nunca ter visitado o continente africano, e o Led Zeppelin, em 1973, lançou “Kashmir” sem ter estado realmente nas terras longínquas da Caxemira, o impacto de suas músicas transcende a geografia. 

A Formação do Led Zeppelin

O Led Zeppelin, uma das bandas mais icônicas da história do rock, foi formada em Londres em 1968. A formação inicial incluía o vocalista Robert Plant, o guitarrista Jimmy Page, o baixista e tecladista John Paul Jones e o baterista John Bonham. 

Conhecido por seu som pesado e inovador guiado pela guitarra, o Led Zeppelin é amplamente reconhecido como um dos progenitores do Hard Rock e do Heavy Metal. No entanto, seu estilo é uma fusão de várias influências, incluindo blues e folk.

Originalmente conhecida como The New Yardbirds, a banda foi formada por Jimmy Page, que havia sido guitarrista dos Yardbirds, uma lendária banda britânica de blues. Após o último show dos Yardbirds em julho de 1968, Page começou a montar uma nova banda com o baixista Chris Dreja. 

A primeira escolha para vocalista foi Terry Reid, que não aceitou o convite e sugeriu Robert Plant, da banda Band of Joy. Plant, por sua vez, recomendou Bonham para a bateria. Com a formação completa, a banda se apresentou brevemente como New Yardbirds antes de adotar o nome Led Zeppelin, inspirado pela expressão “lead balloon” (balão de chumbo), uma metáfora para um fracasso. A mudança para “Zeppelin”, um tipo de dirigível, deu à banda um nome mais memorável e simbólico.

O Impacto do Áudio e a Evolução Musical

O som do Led Zeppelin foi moldado por uma mistura eclética de estilos musicais, incluindo rock and roll clássico, psicodélico, blues, folk, música celta, indiana e árabe. O álbum de estreia da banda, “Led Zeppelin” (1969), alcançou a posição 10 na parada da Billboard e é considerado um marco na evolução do Hard Rock e do Heavy Metal. O álbum apresenta riffs de guitarra poderosos que definiram o som da banda e influenciaram gerações de músicos.

Em 1969, a banda lançou seu segundo álbum, “Led Zeppelin II”, produzido por Jimmy Page. Este álbum é notável por seu estilo musical derivado do blues, com riffs de guitarra mais pesados e uma abordagem mais direta. Seis das nove canções foram compostas pela banda, enquanto as outras três são interpretações de blues de Chicago. Entre os clássicos do álbum estão “Whole Lotta Love” e “Heartbreaker”.

Em 1970, o Led Zeppelin lançou seu terceiro álbum, “Led Zeppelin III”, que marcou uma evolução significativa no som da banda. A gama de instrumentos tocados foi ampliada, com John Paul Jones emergindo como um talentoso multi-instrumentista. O álbum apresentou uma progressão do rock direto para uma música folk acústica, enquanto ainda mantinha as influências do Hard Rock. Faixas como “Immigrant Song” e “That ‘s the Way” demonstraram a capacidade da banda de explorar diversos estilos musicais.

O quarto álbum, lançado em novembro de 1971, conhecido como “Led Zeppelin IV”, é um dos álbuns de rock mais vendidos da história. A canção de destaque, “Stairway to Heaven”, nunca foi lançada como single, mas tornou-se a mais pedida e tocada nas rádios de rock americanas na década de 1970. O álbum consolidou o status da banda como uma das maiores do rock.

Em março de 1973, a banda lançou “Houses of the Holy”, que expandiu o uso de sintetizadores e orquestração, criando um som mais sofisticado e diversificado. O álbum alcançou sucesso mundial e solidificou ainda mais a influência da banda no rock.

“Kashmir”: A Obra-Prima de 1975

Chegamos a 1975, ano do lançamento de “Physical Graffiti”, o sexto álbum de estúdio do Led Zeppelin. Gravado entre 1973 e 1974, o álbum duplo é conhecido por sua diversidade musical, abrangendo desde hard rock até rock progressivo, folk e soft rock. Entre as 15 faixas, “Kashmir” se destaca como uma das canções mais marcantes da história da banda.

A criação de “Kashmir” começou em 1973, durante uma das gravações da banda na mansão de Headley Grange, um local icônico na Inglaterra. A bateria de John Bonham, capturada com microfones posicionados em corredores da mansão, contribuiu para o som único da canção. Embora Bonham tenha sido coautor da faixa, a simplicidade da bateria foi um dos elementos que ajudou a definir o impacto da música.

Jimmy Page expandiu os riffs de guitarra da faixa, enquanto John Paul Jones adicionou o mellotron, um instrumento que gera som a partir de amostras analógicas. A letra de “Kashmir” surgiu durante uma viagem de carro pelo deserto do Saara em direção a um festival de folclore no sul do Marrocos. Embora o título se refira à região da Caxemira, a canção não está diretamente ligada a essa localidade, mas sim a uma jornada metafórica.

A letra reflete uma jornada atemporal em busca de um destino que é mais uma ideia do que um local físico. A música transporta o ouvinte para um estado de espírito mais do que para um lugar real. Trechos da letra, como “deixe que o sol bata no meu rosto, que as estrelas preenchem meus sonhos”, evocam uma sensação de viagem e descoberta.

A Legalidade e o Legado da Banda

Infelizmente, o grande baterista John Bonham faleceu em 25 de setembro de 1980 devido a uma overdose de álcool. A perda de Bonham marcou o fim do Led Zeppelin como conhecemos. Em 1985, a banda se reuniu para uma homenagem a Bonham, com Phil Collins e Tony Thompson assumindo a bateria. O evento “Live Aid” foi uma forma de celebrar a contribuição monumental de Bonham e a influência duradoura da banda.

O legado do Led Zeppelin continua a influenciar músicos e a capturar a imaginação dos fãs ao redor do mundo. “Kashmir”, com seu som imersivo e sua letra evocativa, permanece uma das composições mais icônicas da banda. A música é uma verdadeira demonstração da habilidade do Led Zeppelin em misturar diferentes estilos e criar algo completamente novo e inesquecível.

 



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