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Legião Urbana, uma análise sobre o final.

Legião Urbana é uma das bandas mais icônicas do pop rock brasileiro dos anos 80. Analisando com os olhos de hoje, é notável como a qualidade sonora mudou desde aquela época. O legado deixado por Renato Russo e sua banda continua a influenciar gerações. Neste artigo, exploraremos a história da Legião Urbana, as contribuições de Renato Russo e as circunstâncias de sua morte.

O Início da Legião Urbana

A história da Legião Urbana começou com o término do Aborto Elétrico, banda que deu origem a duas novas: Legião Urbana e Capital Inicial. O primeiro show da Legião Urbana aconteceu em 1982, em Patos de Minas, durante o festival Rock no Parque. A formação inicial incluía Renato Russo, Marcelo Bonfá, Paulo Paulista e Eduardo Paraná. Após essa apresentação, Paulo Paulista e Eduardo Paraná saíram, sendo substituídos por Ico Ouro Preto, que também não permaneceu por muito tempo. Dado Villa-Lobos entrou na banda em 1983, estabelecendo a formação clássica.

O Primeiro Disco e a Ascensão

Em 1984, a banda assinou um contrato com a EMI, com a ajuda de Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso. O primeiro álbum, “Será”, lançado em 1985, trouxe hits como “Será”, “Geração Coca-Cola” e “Ainda é Cedo”. Influenciado por bandas de post-punk como Joy Division e The Smiths, o álbum foi um sucesso e estabeleceu a Legião Urbana no cenário musical brasileiro.

O Sucesso Contínuo e as Tretas Internas

O segundo álbum, “Dois”, lançado em 1986, mostrou um amadurecimento na composição de Renato Russo, com letras mais poéticas e introspectivas. Em 1987, lançaram “Que País É Este”, que consolidou ainda mais o sucesso da banda. No entanto, com o sucesso vieram problemas internos. Um episódio notório foi o tumulto no estádio Mané Garrincha em 1988, durante um show, que resultou em dezenas de feridos e presos devido à má organização e segurança.

O Apogeu e a Saída de Renato Rocha

Em 1989, a banda lançou “As Quatro Estações”, considerado por muitos fãs como seu melhor trabalho. O álbum vendeu cerca de 2,6 milhões de cópias e produziu vários hits. Nessa época, o baixista Renato Rocha foi expulso da banda, e suas partes no álbum foram regravadas.

A Fase Sombria e os Problemas de Saúde de Renato Russo

O quinto álbum, “V”, lançado em 1991, refletia um período sombrio para a banda, com letras melancólicas e densas. Renato Russo enfrentava problemas de dependência química e as pressões da vida pública. Em 1993, lançaram “O Descobrimento do Brasil”, durante o tratamento de saúde de Renato, mostrando uma mistura de emoções, nostalgia e esperança.

O Último Álbum e a Morte de Renato Russo

Em 1996, lançaram “A Tempestade ou O Livro dos Dias”, o último álbum com Renato Russo em vida. Renato estava debilitado e se recusou a tirar novas fotos para o álbum, usando imagens antigas. Ele faleceu 21 dias após o lançamento, em 11 de outubro de 1996, vítima de complicações relacionadas ao HIV/AIDS.

O Legado e as Controvérsias

Após a morte de Renato, um disco póstumo, “Uma Outra Estação”, foi lançado em 1997. Desde então, houve várias disputas judiciais sobre os direitos autorais e o uso do nome da banda. No entanto, a música da Legião Urbana continua a ressoar com fãs antigos e novos.

Legião Urbana, com suas letras profundas e melodias memoráveis, permanece uma das maiores bandas do pop rock nacional. Renato Russo, com seu talento inigualável para a composição, deixou um legado que transcende gerações. Apesar das dificuldades e controvérsias, a obra da Legião Urbana continua viva, sendo apreciada e redescoberta por novas audiências. Quer você goste ou não, não há como negar o impacto duradouro desta banda no cenário musical brasileiro.