O Nirvana pode ter encerrado suas atividades em 1994, com a trágica morte de Kurt Cobain, mas a influência da banda está longe de desaparecer. O impacto do grupo no rock e na cultura pop transcende décadas, inspirando novas gerações de músicos e conquistando fãs que sequer eram nascidos quando Nevermind (1991) e In Utero (1993) foram lançados.
Mesmo após o fim prematuro da banda, os membros remanescentes — Dave Grohl, Krist Novoselic e Pat Smear — continuaram a manter a chama do Nirvana acesa. Seja em reuniões esporádicas, tributos emocionantes ou colaborações inesperadas, eles encontraram maneiras de celebrar o legado de Cobain e reintroduzir o som visceral do grupo para um público sempre renovado.
A seguir, relembramos cinco momentos icônicos em que o Nirvana fez história mesmo após a morte de Kurt Cobain.
1. Joan Jett e o Nirvana no Hall da Fama do Rock and Roll (2014)
O Hall da Fama do Rock and Roll finalmente reconheceu o Nirvana em 2014, oficializando sua influência e legado no gênero. Mas a cerimônia não se limitou a discursos e homenagens formais — os fãs foram presenteados com uma performance explosiva.
Joan Jett, lendária figura do punk e do rock, assumiu os vocais para cantar o hino absoluto do grunge, “Smells Like Teen Spirit”. Sua presença era perfeita para a ocasião: uma artista feroz, que, assim como Cobain, sempre defendeu o espírito do faça-você-mesmo no rock. O peso das guitarras, somado à voz poderosa de Jett, fez com que a apresentação parecesse um renascimento da fúria do Nirvana.
2. “Post Nirvana” no Saturday Night Live (2024)
Post Malone pode ser mais conhecido pelo hip-hop e pelo pop alternativo, mas sempre demonstrou uma admiração profunda pelo Nirvana. Em 2020, ele surpreendeu ao realizar uma live tributo, tocando músicas do grupo ao lado de Travis Barker (blink-182) — um momento que foi elogiado até por Krist Novoselic.
Quatro anos depois, em 2024, Post foi convidado para um dos momentos mais inesperados da história do Nirvana: ele se juntou aos membros remanescentes na comemoração de 50 anos do Saturday Night Live. O resultado? Uma performance incendiária de “Smells Like Teen Spirit”, que misturou a agressividade do grunge com a entrega emocional de Post Malone.
A recepção foi tão positiva que fãs começaram a pedir uma turnê do Nirvana com o cantor nos vocais — um debate que divide opiniões até hoje.
Se existe alguém que compreendeu o impacto do Nirvana antes mesmo do grande público, essa pessoa é Kim Gordon, ex-baixista e vocalista do Sonic Youth. Ela foi responsável por apresentar a banda à Geffen Records, levando-os ao estrelato.
Por isso, nada mais justo do que vê-la no palco do Hall da Fama do Rock ao lado de Grohl, Novoselic e Smear. Kim interpretou “Aneurysm”, um dos hinos mais explosivos do grupo, com uma performance visceral e sem filtros — exatamente como Kurt Cobain gostaria.
A apresentação serviu como um lembrete de que o Nirvana nunca foi apenas sobre melodia ou sucesso comercial, mas sobre energia crua, intensidade e autenticidade.
4. FireAid 2025: O Nirvana e um Time de Convidadas de Peso
O evento beneficente FireAid 2025 reuniu algumas das vozes mais icônicas do rock para celebrar a música do Nirvana. Dave Grohl, Krist Novoselic e Pat Smear subiram ao palco para um set especial, acompanhados de Joan Jett, Kim Gordon, St. Vincent e Violet Grohl.
Cada uma delas trouxe sua própria identidade para os clássicos da banda:
- Violet Grohl, filha de Dave Grohl, emocionou ao interpretar “All Apologies”, trazendo uma vulnerabilidade à flor da pele.
- Kim Gordon revisitou sua performance intensa de “School”, incendiando o palco com sua presença magnética.
- St. Vincent, conhecida por sua experimentação sonora, entregou uma versão eletrizante de “Breed”.
- Joan Jett, mais uma vez, assumiu os vocais para “Territorial Pissings”, encerrando a apresentação com pura fúria punk.
O show foi transmitido mundialmente e serviu como mais uma prova de que o Nirvana continua relevante — e que sua música pertence a todos.
5. St. Vincent e a Reinvenção de “Lithium” no Hall da Fama (2014)
Na mesma cerimônia de 2014, outro momento memorável aconteceu quando St. Vincent subiu ao palco para interpretar “Lithium”. Conhecida por sua abordagem experimental no rock, ela trouxe uma nova camada de complexidade à canção, equilibrando fragilidade e agressividade em uma performance intensa.
Dave Grohl elogia St. Vincent, dizendo que ela estava “ultrapassando fronteiras”, algo que ressoa com a essência do próprio Nirvana. O resultado foi uma apresentação única, que reafirmou que as músicas do grupo continuam evoluindo e encontrando novas interpretações.
O Nirvana Ainda Está Vivo
Mesmo sem Kurt Cobain, o Nirvana continua a inspirar e a emocionar. Os membros remanescentes souberam preservar o legado da banda sem transformá-la em um simples espetáculo nostálgico. Cada performance, cada colaboração e cada homenagem reitera a atemporalidade da música do Nirvana e seu impacto indelével no rock.
Seja através de Joan Jett, St. Vincent, Kim Gordon ou até Post Malone, as canções de Cobain seguem sendo reinterpretadas por novas vozes, mostrando que o Nirvana não pertence apenas ao passado — mas a todas as gerações que encontram na sua música um grito de liberdade e autenticidade.