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The Boy with the Thorn in His Side’: O Hino Definitivo dos Smiths

Exploramos a profundidade de “The Boy with the Thorn in His Side”, o hino atemporal dos Smiths que critica a indústria musical com poesia e melodia

Para quem é fã dos Smiths, como eu, falar dessa música é uma grande responsabilidade. Porque? Porque essa é considerada a canção mais importante dos Smiths. Também é considerada a música preferida de Morrissey.

Tentando traduzir literalmente, o título da música pode ser considerado como, Um Garoto Com Um Espinho Na Carne. No nosso modo de pensar. Mas, passa a ideia de um garoto perseguido por um tormento. Pois figurativamente, espinho (thorn) pode ser tormento.

Essa canção foi disponibilizada em single, no mês de setembro, do ano de 1985 e quando de seu lançamento atingiu a posição 23 da parada de sucessos inglesa, mais tarde iria se tornar a marca registrada dos Smiths.

Uma versão remixada foi lançada mais tarde no álbum The Queen Is Dead, onde foi colocado um acompanhamento de cordas. Também é presença garantida em todas as coletâneas dos Smiths até os dias atuais.

A gravação foi feita no estúdio Drone, em Manchester, na primavera de 1985, com a formação final dos Smiths, uma curiosidade da gravação é que foi encontrada uma marimba no estúdio e a mesma foi usada para a composição dos riffs.

Uma Crítica Ácida a Indústria Fonográfica.

A princípio  a letra dessa música foi associada ao homossexualismo, porém desmentida depois pelo próprio Morrissey, segundo ele a letra foi idealizada como uma crítica às pessoas da indústria fonográfica, e trata dos problemas que os integrantes da banda tinham com as gravadoras.

Foi o primeiro poema relatando as experiências pessoais dos Smiths com a indústria fonográfica e a ansiedade sobre as conclusões equivocadas publicadas na imprensa. “Uma série de canções escritas no verão de 1985, mostram essa preocupação, são elas “Rubber Ring”, Bigmouth Strike Again” e “Frankly, Mr. Shankly é um ataque pessoal a Geoff Travis da gravadora Rough Trade.

No verão de 1985, Morrissey completava dois anos de fama, e sua insatisfação com a indústria fonográfica estava exacerbada, achava que as conclusões sobre os Smiths publicadas na imprensa eram muito equivocadas. Isso fez aflorar o seu lado satírico e crítico.

Na analogia da música, o termo espinho é a indústria fonográfica e o termos nós ou eu, são os Smiths. Como era constituída de metáforas a canção passou a ser um hino da juventude, que via nela a expressão de seus sentimentos e a incompreensão dos mais velhos com os jovens.

A melodia dessa música é a obra prima de Jonny Mars. O mesmo relata que mostrou a melodia para Morrissey no violão é esse o escutou extasiado. Posteriormente escreveria uma de suas melhores letras.

A capa do single é um capítulo à parte, pois trás o escritor  e jornalista Truman Capote, aos 25 anos de idade, saltando com as mãos para o alto. Falecido em 1984, por overdose, se dizia alcoólatra, drogado e homossexual, a definição perfeita de um garoto eternamente atormentado.

Assim, “The Boy with the Thorn in His Side” não é apenas uma música; é um reflexo dos tempos, uma expressão do desconforto e da luta que os Smiths – e muitos de seus fãs – sentiam em relação ao mundo ao seu redor. É uma canção que resiste ao tempo, continuando a ressoar com aqueles que encontram conforto na aceitação da dor e na luta contra as adversidades.

Se preferir, ouça um podcast sobre o assunto:

 

 

2 comentários em “The Boy with the Thorn in His Side’: O Hino Definitivo dos Smiths”

  1. Jonas, adorei seu comentário, sempre procurei entender melhor essa canção, que tenho como clássica. Amo Morrissey e os Smiths. Porém, sempre que ouvi, algo em mim desperta a imagem de São Sebastião, como o “rapaz com um espinho em seu lado. Não sei se você sabe, Sebastião é um dos poucos santos da Igreja Católica cuja imagem é a do seu suplício, amarrado em um tronco e atravessado por flechas. Sebastião é um símbolo de sofrimento. Ele foi flechado, porém não morreu por isso, resguardado por sua fé. Eu nõa sou um homem de muita fé, mas admiro a imagem de São Sebastião e seu suplício, mesmo porque ele foi alçado a símbolo dos LGBTQIAP+ e, mesmo eu não sendo um, admiro.

  2. Olá, prezado Emilson, obrigado pelo comentário. Também gostamos muito do Morrissey e dos Smiths, é meu artista preferido.
    Interessante essa analogia entre São Sebastião e o conteúdo da música, realmente o texto evoca essa imagem.
    Não sabia que São Sebastião era o padroeiro do movimento LGBT+, mas é uma escolha interessante, pois representa alguém exposto a algum tipo de sofrimento, no casos o preconceito.
    Estamos produzindo em breve, mais materiais e podcasts sobre os Smiths.

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